Hábitos saudáveis precisam ir além da alimentação.
Estes alimentos aumentam em 52% o risco de obesidade abdominal!
A adolescência é uma fase de grandes transformações. Na alimentação, muitas vezes, os jovens preferem alimentos mais saborosos e práticos, mas se esquecem da saúde. Por isso, o consumo de alimentos pouco saudáveis é comum nesta fase da vida.
Entretanto, uma alimentação desregrada por longos períodos de tempo não é nada interessante para um futuro saudável. Pelo contrário: um alto consumo destes produtos pode causar diversas doenças ligadas à dieta.
Recentemente, um grupo de estudiosos buscou entender os efeitos que alimentos industrializados (os chamados “ultraprocessados”) são capazes de gerar em adolescentes. Continue lendo para descobrir os resultados desta pesquisa!
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“Ultraprocessados”, os alimentos que causam doenças
Em 2014, com o lançamento do Guia Alimentar para a População Brasileira, foi lançada a classificação NOVA, que classifica os alimentos de acordo com o grau de processamento (in natura, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados).
Para esta pesquisa, os autores estavam interessados no último grupo, os ultraprocessados. Segundo o Guia, alimentos ultraprocessados são produtos industrializados, fabricados a partir de “partes” de alimentos inteiros e aditivos químicos. Além disso, contam com enormes quantias de sal, açúcar e gorduras.
No dia-a-dia, alimentos ultraprocessados podem ser identificados pela longa lista de ingredientes, alguns destes raramente encontrados em nossas cozinhas, e com nomes “difíceis” (tais como “ácido benzóico”, “tartrazina” e “glutamato monossódico”).
Confira a seguir alguns exemplos de alimentos ultraprocessados:
- Salgadinhos;
- Bolachas;
- Refrigerantes;
- Sucos em pó;
- Presunto, salame, salsicha e linguiça;
- Balas e pirulitos;
- Alimentos prontos e congelados.
Diversos estudos já comprovam os efeitos prejudiciais dos alimentos ultraprocessados para a saúde humana. Diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade são algumas das condições associadas a estes produtos.
Ultraprocessados e obesidade na adolescência
Para investigar os efeitos de alimentos ultraprocessados em adolescentes, os pesquisadores investigaram 3.587 adolescentes, entre 12 a 19 anos.
Os principais alimentos ultraprocessados que esses jovens consumiam foram: refrigerantes (9,7%), sucos (8,4%), pães industrializados (3,0% ), pizza e bebidas à base de leite (2,1%) e produtos reconstituídos de carne ou peixe (2,0%).
Os resultados deste consumo não foram nada animadores: para aqueles que consumiam muito destes produtos, o sobrepeso e a obesidade aumentaram em grandes taxas. Quer um exemplo? A obesidade abdominal (aquela que se concentra ao redor da barriga) aumentou em 52%!
Embora a estética seja uma grande preocupação causada pela obesidade abdominal, principalmente em adolescentes, ela também aumenta o risco de diversas condições de saúde, como por exemplo:
- Diabetes;
- Infarto;
- AVC;
- Pressão alta;
- Demência;
- Outras doenças do coração.
Por que alimentos ultraprocessados engordam, aumentando o risco de doenças?
São diversos os mecanismos de ação dos ultraprocessados para gerar o ganho de peso em adolescentes.
Em primeiro lugar, a grande quantidade de sal, açúcar e gordura eleva o número de calorias, facilitando seu acúmulo no corpo. Além disso, o açúcar desses alimentos altera os níveis de insulina, aumentando o armazenamento de energia no tecido adiposo, o tecido de gordura.
Os baixos níveis de fibras nestes alimentos também contribuem para o aumento de peso. Como sabemos, as fibras protegem contra a obesidade, pois diminuem a absorção de nutrientes e calorias, e melhoram a saciedade.
Por fim, outras causas levantadas pelos autores incluíram a presença de aditivos químicos, o desequilíbrio na microbiota intestinal, e a redução no consumo de proteínas.
Para saber como substituir os ultraprocessados no lanche dos adolescentes, acesse: Lancheira saudável: saiba como fazer isso.
Mensagem final
Como visto nesta pesquisa, a adoção de hábitos saudáveis desde cedo é essencial para evitar a obesidade, e, consequentemente, outras doenças associadas à ela.
Muito em breve, os adolescentes de hoje serão os adultos e idosos de amanhã. Para evitar o aparecimento de doenças, o melhor a se fazer é diminuir a ingestão de alimentos ultraprocessados, e assim garantir a boa qualidade de vida no futuro.
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Referência:
NERI, Daniela et al. Associations between ultra-processed foods consumption and indicators of adiposity in US adolescents: cross-sectional analysis of the 2011-2016 National Health and Nutrition Examination Survey. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, v. 122, n. 8, p. 1474-1487. e2, 2022.
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