Entenda como uma mudança alimentar pode trazer benefícios na saúde hepática.
Anda tomando muito refri e cervejinha? Pesquisadores alertam que é bom moderar a frequência
A doença hepática gordurosa, mais conhecida como gordura no fígado, é uma condição em que o fígado passa a acumular gordura excessivamente, comprometendo seu funcionamento adequado. E, adivinha só, assim como outras doenças, a gordura no fígado pode ser causada por má alimentação, com um destaque especial para as bebidas alcoólicas e refrigerantes, como você verá a seguir.
O fígado possui diversas funções, entre elas:
- Produção de bile
- Armazenamento de vitaminas e minerais
- Filtragem do sangue
- Produção e liberação de hormônios
- Eliminação de toxinas
Mas, uma de suas principais responsabilidades é metabolizar nutrientes, ou seja, quebrá-los para transformá-los em energia para as funções dos nossos órgãos. E um dos nutrientes que o fígado faz essa conversão é a gordura.
Conteúdo
Fatores de risco para gordura no fígado
Apesar de toda a eficiência do fígado, algumas condições de saúde e estilo de vida sobrecarregam seu funcionamento. Sobrepeso, diabetes, má nutrição, perda brusca de peso, gravidez, cirurgias e sedentarismo estão associados a um possível prejuízo no funcionamento desse órgão.
Isso faz com que o fígado não utilize a gordura que acumula, levando a quadros de doença hepática gordurosa não-alcoólica. Quando o excesso de gordura no fígado está associado ao consumo de bebidas alcoólicas, os casos recebem o nome de doença hepática gordurosa alcoólica.
E ainda, uma classificação mais recente da doença quando está associada à síndrome metabólica com ou sem consumo de álcool é chamada de doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica.
Explicando melhor o papel da alimentação
Por influenciar o ganho de peso, a nutrição e a síndrome metabólica, você já deve ter entendido que a alimentação também influencia o risco de ter gordura no fígado. Mas, como dissemos antes, alguns alimentos específicos, ou melhor, o consumo de determinadas bebidas pode aumentar esse risco.
Essa é a conclusão de dois estudos que avaliaram o papel das bebidas alcoólicas e de bebidas açucaradas, como os refrigerantes, no desenvolvimento da doença hepática gordurosa.
Apesar do consumo de algumas bebidas alcoólicas com moderação, como o vinho, estar associado a diversos benefícios à saúde, o consumo diário de cada dose extra de bebida alcoólica, incluindo cerveja, vinho, licor e coquetéis, foi associado a mais gordura no fígado, agravando também a doença hepática gordurosa de pacientes com síndrome metabólica.
As bebidas açucaradas, incluindo refrigerantes (não diet), cerveja sem álcool, leite, café e chás, também foram associadas ao maior acúmulo de gordura no fígado. Os pesquisadores sugerem, então, que o consumo de álcool e do açúcar das bebidas pode contribuir para o acúmulo de gordura no fígado.
Sintomas da gordura no fígado
A gordura no fígado é mais silenciosa, apresentando sintomas quando o estágio da doença está mais avançado. Nesse momento, dores, fadiga e perda de apetite são algumas das queixas relatadas.
O avanço da doença leva à insuficiência hepática, ou seja, o fígado deixa de fazer suas funções, causando ascite (aumento do abdômen por acúmulo anormal de líquido na região), encefalopatias (doenças no encéfalo), hemorragias, confusão mental, queda no número de plaquetas do sangue e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).
Exames laboratoriais e de imagem são capazes de identificar a doença, que não apresenta tratamento específico além do gerenciamento das causas que levaram ao aparecimento da gordura no fígado.
Por isso, a recomendação para evitar o acúmulo de gordura nesse órgão tão importante é: praticar uma alimentação equilibrada, sem privações, mas com moderação no consumo de alimentos menos nutritivos como bebidas alcoólicas, bebidas adoçadas, excesso de alimentos fonte de gordura e açúcar na dieta, entre outros.
Além disso, é importante manter um peso adequado, fazer atividade física, realizar exames laboratoriais periodicamente e ter um acompanhamento médico com frequência para prevenir o surgimento e avanço da doença hepática gordurosa alcoólica, não-alcoólica e associada à disfunção metabólica.
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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências
Danielle Tholey, Esteatose hepática não alcoólica (EHNA), Manual MSD, versão para profissionais de saúde. MD, Sidney Kimmel Medical College at Thomas Jefferson University.
Esther van Eekelen and others, Consumption of Alcoholic and Sugar-Sweetened Beverages is Associated with Increased Liver Fat Content in Middle-Aged Men and Women, The Journal of Nutrition, Volume 149, Issue 4, April 2019, Pages 649–658, https://doi.org/10.1093/jn/nxy313
Sogabe M, Okahisa T, Kagawa M, Ueda H, Kagemoto K, Tanaka H, Kida Y, Tomonari T, Taniguchi T, Okamoto K, Miyamoto H, Sato Y, Nakasono M, Takayama T. Influence of alcohol on newly developed metabolic dysfunction-associated fatty liver disease in both sexes: A longitudinal study. Clin Nutr. 2023 May;42(5):810-816. doi: 10.1016/j.clnu.2023.03.020. Epub 2023 Mar 31. PMID: 37043935.
Whitney Jackson, Doença hepática alcoólica, Manual MSD, versão para profissionais de saúde. MD, University of Colorado School of Medicine.
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