Alimentação saudável aumenta anos de vida livre de doenças cardiometabólicas

Postado em 10 de fevereiro de 2020 | Autor: Marcella Gava

A diferença de anos a mais livres de doenças foi de 2,5 anos para os participantes com a dieta mais saudável

Estudo europeu investigou a associação da qualidade da dieta com a expectativa de vida livre de doenças cardiometabólicas (EVLDC) em indivíduos entre 50 e 85 anos. Para isso, foram utilizados dados de um estudo prospectivo com 10308 participantes acompanhados durante 25 anos. Neste período, os participantes responderam questionários sobre alimentação, hábitos de vida e parâmetros clínicos, dados socioeconômicos e passaram por exames clínicos a cada 2 ou 5 anos dependendo da fase do estudo.  A EVLDC foi definida como o número de anos sem a presença de doença coronariana, infarto e/ou DM2. A alimentação foi avaliada pelo Índice de Alimentação Saudável Alternativo de 2010 (AHEI-2010), e os participantes foram divididos em quintis, sendo que o menor quintil representou hábitos alimentares não saudáveis ​​e o maior quintil hábitos mais saudáveis.

Ao inicio do estudo, a prevalência de doença cardiometabólica era de <10%. No menor quintil do AHEI-2010 estavam os indivíduos com maior sobrepeso, menor atividade física e tabagistas. No maior quintil, que refletia a dieta mais saudável, estavam 18% dos homens e 21% das mulheres. Níveis mais altos no AHEI-2010 apresentaram relação com mais anos livre de doenças cardiomatabólicas, tanto em homens quanto em mulheres. O número de anos de vida livre de doença cardiometabólica após os 50 anos foi de 23,9 anos para os participantes com a dieta mais saudável e 21,4 anos para participantes com dieta não saudável. Assim, a diferença de anos a mais livres de doenças foi de 2,5 anos entre o menor e o maior quintil AHEI-2010, sendo uma média de 2,2 anos para homens e 2,8 para mulheres. A relação entre qualidade da dieta e anos sem doenças cardiometabólicas permaneceu mesmo após avaliação de variáveis como peso normal, atividade física presente e não tabagistas, no entanto não foi muito clara em relação aos indivíduos com sobrepeso, fisicamente inativos e tabagistas. Análises específicas evidenciaram que o consumo de álcool atenuou a associação entre o escore AHEI-2010 e a EVLDC.

Dessa maneira, os resultados apoiam consistente associação dose-resposta entre alimentação saudável avaliada pelo AHEI-2010 e expectativa de vida mais saudável e livre de doenças cardiometabólicas na faixa etária de 50 a 85 anos. Indivíduos com maior adesão às orientações dietéticas saudáveis viveram em torno de 2,5 anos a mais sem doenças cardiometabólicas.

Referência:

Lagström H et al. Diet quality as a predictor of cardiometabolic disease-free life expectancy: the Whitehall II cohort study. Am J Clin Nutr. 2020 Jan 11.

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