O estudo avaliou cerca de 49.124 mulheres e 47.651 homens no norte da Suécia
Os hábitos alimentares e a saúde do planeta, como o clima, são fatores essenciais para um aumento da perspectiva de vida da população.
Contudo, alguns estudos apontam que o consumo e fabricação de alguns alimentos podem causar impactos ambientais de uma forma significativa, como aumento das emissões de gás estufa na atmosfera. Recentemente a FAO e OMS apontaram esse risco e trouxeram recomendações de incentivo à adesão de uma dieta sustentável, mas, ainda assim, a maioria dos indivíduos faz suas escolhas sem pensar em como o alimento escolhido pode afetar o planeta.
Pensando nessa narrativa, um estudo prospectivo realizado na Suécia teve por objetivo avaliar o índice de densidade de nutrientes para prevenir a mortalidade e avaliar os efeitos da dieta de várias densidades nutricionais no impacto climático.
A pesquisa denominada de Programa de Intervenção de Västerbotten (PIV) teve-se início na década de 80, no norte da Suécia, convidando os habitantes com idade entre 30 e 60 anos para avaliação de saúde padronizada e responder questionários de frequência alimentar (QFA) e do estilo de vida adotada pelos indivíduos, sendo ao total utilizado dados dietéticos de 49.124 mulheres e 47.651 homens no estudo. Os pesquisadores avaliaram a estimativa, segundo o ciclo da vida, de emissão de gases de efeito estufas (GEEs), para o índice de densidade nutrientes, utilizaram o índice de Alimentos ricos em nutrientes (NRF), e para avaliação de mortalidade, eles dividiram 4 grupos de modelo risco, sendo eles:
– HNutr/LClim: maior densidade de nutrientes e menor impacto climático
– HNutr/HClim: maior densidade de nutrientes e maior impacto climático
– LNutr/LClim: menor densidade de nutrientes e menor impacto climático
– LNutr/HClim: menor densidade de nutrientes e maior impacto climático
Além de identificar uma ferramenta com melhor capacidade de prever mortalidade através da análise da dieta, os pesquisadores observaram que mulheres que tinham uma melhor qualidade nutricional na dieta com menor impacto climático (HNutri/LClim), obtiveram um menor risco de mortalidade, quando comparadas aos grupos de menor densidade nutricional e maior impacto nutricional (LNutr/Hclim). Para os homens, a menor mortalidade foi observada no grupo de menor densidade de nutrientes e menor impacto climático.
Assim, concluiu-se que dietas sustentáveis, visando um equilíbrio nutricional e menor impacto ambiental, apresentam maiores benefícios à saúde e menor risco de mortalidade precoce. Contudo ressaltam, que mais pesquisas devem ser realizadas para entender como uma dieta sustentável pode auxiliar na saúde no clima do planeta.
Referência
Anna Strid, Ingegerd Johansson, Marta Bianchi, Ulf Sonesson, Elinor Hallström, Bernt Lindahl, Anna Winkvist, Diets benefiting health and climate relate to longevity in northern Sweden, The American Journal of Clinical Nutrition, 2021.
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