Óleo de canola beneficia indivíduos com diabetes mellitus tipo 2

Postado em 20 de junho de 2014 | Autor: Raquel Susana Matos de Miranda Torrinhas

Óleo de canola em garrafa

Estudo desenvolvido no Hospital St. Michael, no Canadá, e publicado na revista Diabetes Care sugere que o consumo de óleo de canola pode melhorar o controle glicêmico e diminuir risco de doenças cardiovasculares em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). O interesse do estudo partiu da observação dos efeitos protetores atribuídos ao consumo individual de ácido alfa-linolênico (ALA), de ácidos graxos monoinsaturados (MUFAs) e de dietas de baixa carga glicêmica no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Seu objetivo foi investigar como seriam os efeitos desses nutrientes quando combinados, usando dieta com baixo índice glicêmico enriquecida com óleo de canola, como fonte de ALA e MUFA.

Seguindo um desenho paralelo e aleatório, os autores compararam níveis de glicose sanguínea e fatores de risco cardiovascular em 141 indivíduos com DM2 que receberam aconselhamento dietético para consumir durante 3 meses ou uma dieta experimental à base de alimentos com baixo índice glicêmico e que incluía 4,5 fatias de pão integral enriquecido com 31 g de óleo de canola por 2.000 kcal (500 kcal / dia, n = 70); ou uma dieta controle à base de alimentos integrais e que incluía o consumo de 7,5 fatias de pão enriquecido com grãos de trigo integral e sem óleo de canola (500 kcal / dia, n = 71), conhecida por reduzir o risco de doenças cardiovasculares. A aderência às dietas foi avaliada a partir de registros alimentares de 7 dias, realizados durante os 3 meses de estudo. O desfecho primário foi alteração de hemoglobina glicada (HbA1c), como marcador de glicemia. Os desfechos secundários incluíram cálculo do risco de doenças cardiovasculares, medido por escore de Framingham, e índice de hiperemia reativa (IHR), como indicador de vasodilatação por fluxo sanguíneo.

Uma porção de 79% de indivíduos do grupo experimental (n = 55) e 90% do grupo de controle completou o ensaio (n = 64). Em relação à dieta controle, o consumo de dieta experimental resultou em maior aumento da ingestão de MUFA e ALA, menor ingestão de carboidratos e, consequentemente, de carga glicêmica. Houve redução significativamente maior de HbA1c em indivíduos que consumiram dieta experimental, em relação aos que consumiram dieta controle, com maior benefício observado naqueles com pressão arterial sistólica aumentada. Reduções significativamente maiores de escore de risco de doenças cardiovasculares foram observadas em indivíduos que consumiram dieta experimental, enquanto o IHR foi maior naqueles que consumiram dieta controle. Potenciais benefícios cardiovasculares associados à dieta experimental incluíram redução significativa de níveis séricos de triglicérides, colesterol total e, consequentemente, suas frações LDL e HDL. No entanto, a queda do colesterol ocorreu principalmente à custa de LDL, já que a razão colesterol total:HDL  também diminuiu em indivíduos que consumiram dieta experimental, em relação aos que consumiram dieta controle.

“A redução da carga glicêmica por substituição de carboidratos por óleo de canola, como fonte de MUFA e ALA, melhora o controle glicêmico de indivíduos com DM2, principalmente naqueles com alto risco de complicações do diabetes, além de reduzir LDL-colesterol. Essas observações não ocorrem após ingestão de dietas somente com baixa carga glicêmica”, concluem os autores.

Referência (s)

Jenkins DJ, Kendall CW, Vuksan V, Faulkner D, Augustin LS, Mitchell S, et al. Effect of lowering the glycemic load with canola oil on glycemic control and cardiovascular risk factors: a randomized controlled trial. Diabetes Care. 2014 Jun 14. pii: DC_132990. [Epub ahead of print]

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