Quais são os principais mecanismos imunológicos envolvidos nas alergias alimentares?

Postado em 8 de fevereiro de 2013 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

A alergia alimentar é uma resposta imunológica adversa a proteínas ou outros antígenos alimentares, em que os sintomas frequentemente envolvem a pele e os tratos gastrintestinal e respiratório. Ela se distingue de outras reações adversas aos alimentos por apresentar um mecanismo fisiopatológico que envolve o sistema imunológico, podendo ser mediada pela imunoglobulina E (IgE) ou não.

De acordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, as reações de hipersensibilidade aos alimentos podem ser classificadas de acordo com o mecanismo imunológico envolvido: mediadas por IgE, em que ocorre sensibilização a alérgenos alimentares com formação de anticorpos específicos da classe IgE, que se fixam a receptores de mastócitos e basófilos; reações mistas (mediadas por IgE e células), manifestações decorrentes de mecanismos mediados por IgE, com participação de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias; e reações não mediadas por IgE,  relacionadas com manifestações não imediatas.

As manifestações de alergia alimentar segundo o mecanismo imunológico envolvido estão descritas no quadro abaixo:

Fonte: Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar

Estudos recentes demonstram que a fisiopatologia da alergia alimentar é o resultado de uma complexa rede de interações genéticas e epigenéticas influenciadas pelas características do indivíduo e o meio ambiente.

Os alérgenos alimentares mais comuns são as proteínas do leite de vaca, ovo, amendoim, trigo, soja, peixe, frutos do mar e nozes, sendo responsáveis por até 90% de todas as reações alérgicas.

As reações alérgicas mediadas por IgE são mais facilmente detectáveis, pois se caracterizam pela rápida manifestação dos sintomas clínicos como urticária, broncoespasmo e eventualmente anafilaxia. Entretanto, as reações alérgicas mediadas por células T, por exemplo, apresentam manifestações clínicas mais tardias, tornando mais difícil correlacionar a ingestão do alimento e o diagnóstico da alergia alimentar.

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Bibliografia

Kim EH, Burks W. Managing food allergy in childhood. Curr Opin Pediatr. 2012;24(5):615-20.

Paschoal, PO. Reatividade a múltiplas proteínas da dieta em crianças com alergia ao leite de vaca mediada pela imunoglobulina E. [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2011.

Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol. 2008;31(2):65-89.

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