Carne vermelha não diminui sobrevida de pacientes com câncer colorretal

Postado em 8 de janeiro de 2016 | Autor: Alweyd Tesser

 

Resultados de um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition sugerem que a ingestão de carne vermelha e processada não está associada à pior sobrevida de pacientes com câncer colorretal (CCR).
 
Um total de 3.122 pacientes diagnosticados com CCR foram acompanhados por uma média de 5 anos. Os pacientes forneceram informações sobre dieta e outros fatores em questionários de frequência alimentar (QFA) padronizados no início do estudo e após 5 anos de acompanhamento. Os pesquisadores utilizaram testes estatísticos para determinar a associação entre ingestão no início do estudo e mudanças no consumo de carnes vermelhas e processadas com a sobrevida geral e específicas para CCR e doenças cardiovasculares (DCV). 
 
Os participantes tinham, em média, 68 anos de idade no momento do diagnóstico de CCR. Aqueles que consumiam carne mais frequentes eram mais jovens, mais propensos a ser do sexo masculino, com sobrepeso ou obesos, menos ativos fisicamente, mais propensos a fumar e beber álcool, mais propensos a ter uma menor ingestão de alimentos lácteos e cereais integrais e mais propensos a relatar antecedentes de hipertensão arterial. 
 
Entre os 3.122 pacientes incluídos na análise, um total de 864 mortes ocorreram, dos quais 630 foram mortes por CCR e 102 foram mortes por DCV; 900 pacientes tiveram uma recorrência de CCR. 
 
Entre os pacientes com estágio de I-III de CCR, a ingestão de carne vermelha e processada no início do estudo (> 1 vez/dia, em comparação com < 1 vez/dia) não foi associada à sobrevivência geral (HR: 0,85; IC 95%: 0,67, 1,09), específica para CCR (HR: 0.83; IC 95%: 0,61, 1,14), específica para DCV (HR: 0,92; IC 95%: 0,51, 1,68) e livre de recidiva (HR: 1,03; IC 95%: 0,80, 1,33). Os resultados entre pacientes com estágio IV eram comparáveis. 
 
Dos 3.122 pacientes incluídos na análise da linha de base, 864 completaram o QFA após 5 anos de seguimento. Houve uma diminuição dramática na proporção de pacientes que consumiam carne vermelha e processada > 1 vez/dia (de 28,7% no início do estudo para 2,9% após 5 anos) ou 1 vez dia (de 37,4% para 14,5%), com apenas uma ligeira concordância entre a ingestão de carne vermelha e processada relatado no início do estudo e a ingestão de carne vermelha e processada relatada no 5º ano de acompanhamento entre os sobreviventes de CCR.
 
Neste estudo de base populacional não houve associação significativa entre a ingestão de carne vermelha e processada pré-diagnóstico e sobrevida em pacientes com CCR. Foram encontradas diferenças significativas na ingestão de carne dependendo do momento e do tratamento que estava ocorrendo no momento da conclusão do QFA. Além disso, houve uma redução drástica do consumo de carne vermelha e processada entre os sobreviventes.

 

Referência (s)

Carr PR, Jansen L, Walter V, Kloor M, Roth W, Bläker H, et al. Associations of red and processed meat with survival after colorectal cancer and differences according to timing of dietary assessment. Am J Clin Nutr. 2016; 103(1):192-200.

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