Casca de maracujá melhora sensibilidade à insulina

Postado em 10 de junho de 2016 | Autor: Alweyd Tesser

 

Estudo publicado na revista Nutrition demonstrou que a farinha de casca de Passiflora edulis (maracujá) funciona como um componente alimentar que melhora a homeostase da glicose e ainda revelaram um mecanismo molecular que pode aumentar a saciedade na obesidade induzida.
 
Trata-se de um estudo experimental no qual ratos Sprague-Dawley foram divididos em 3 grupos: no grupo controle, os ratos foram alimentados com uma dieta normal; no grupo HF (High fat), os ratos foram alimentados com uma dieta rica em gordura (35% de gordura); e no grupo HFPF (High fat passiflora flour), os ratos foram alimentados com uma dieta HF contendo farinha de casca de maracujá.
 
Os ratos do grupo HFPF, bem como os do grupo HF foram mantidos com uma dieta HF durante as 4 semanas antes do início do estudo para induzir condições metabólicas relacionadas com a obesidade. Em seguida, o grupo HFPF iniciou a dieta contendo farinha de casca de maracujá durante 6 semanas adicionais. 
 
A sensibilidade e tolerância à glicose e insulina foram avaliadas através do teste de tolerância à glicose (GTT) e o teste de tolerância à insulina (ITT). Hormônios intestinais e adipocinas foram medidos através de um imunoensaio. A expressão neuropeptídeos hipotalâmicos foi avaliada por reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR).
 
Como esperado, no final do período experimental o ganho de peso corporal foi significativamente maior (p < 0,001) no grupo HF em comparação com ratos alimentados com dieta controle. O consumo de energia em ratos alimentados com HFPF não foi diferente dos grupos controle ou HF durante todo o experimento. No entanto, a adição de farinha de casca de maracujá na dieta HF contrabalanceou o ganho de peso corporal (p < 0,001).
 
A ingestão de farinha de casca de maracujá aumentou a expressão do gene CART quando comparada com a dieta HF (P <0,05), indicando que a farinha de casca de maracujá aumenta a saciedade em ratos alimentados com dieta hiperlipídica.
 
Os valores de glicose no sangue no grupo HFPF não foram diferentes em comparação com o HF, o que indica que a farinha de casca de maracujá não tem efeito sobre a intolerância à glicose. No entanto, a ingestão dessa farinha aumentou significativamente (p < 0,01) a taxa de utilização de glicose, sugerindo que poderia impedir a resistência à insulina em ratos.
 
“Os resultados fornecem uma melhor compreensão de como a farinha de casca de maracujá, uma fonte de pectina, funciona na melhora da homeostase da glicose. A expressão aumentada do gene CART no hipotálamo demonstra um mecanismo molecular que aumenta a saciedade”, concluem os autores. “Estes resultados representam efeitos fisiológicos da farinha de casca de maracujá que não foram descritos antes e suportam a evidência de que sua ingestão pode ser um componente útil na dieta para prevenir o ganho de peso e resistência à insulina”, afirmam.

 

Referência (s)

Lima GC, Vuolo MM, Batista ÂG, Dragano NR, Solon C, Maróstica Junior MR. Passiflora edulis peel intake improves insulin sensitivity, increasing incretins and hypothalamic satietogenic neuropeptide in rats on a high-fat diet. Nutrition. 2016; 32(7-8):863-70.

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