Uma dieta rica em antioxidantes pode reduzir a inflamação sistêmica e estresse oxidativo, duas condições que, juntamente com obesidade e tabagismo, são fatores de risco para acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, a associação direta entre a ingestão de antioxidantes e risco de acidente vascular cerebral era mal compreendida, até que um grande estudo conduzido por Colarusso e colaboradores, demonstrou que a ingestão alimentar de altos níveis de antioxidantes não enzimáticos (NEAC) estão associados com uma diminuição do risco de AVC isquêmico em mulheres.
Trata-se de um estudo de coorte que incluiu 34.555 homens e mulheres. O consumo de NEAC foi avaliado através de um questionário de frequência alimentar e foi dividido em quartis.
Foram identificados 1.186 casos incidentes de AVC, nos quais 860 foram isquêmicos, 201 hemorrágicos e 125 não especificado.
A análise estatística contou com modelos multivariados de riscos proporcionais de Cox para estimar razões de risco ajustadas (HR) com intervalos de confiança de 95% (IC).
Comparadas com as mulheres no quartil mais baixo de ingestão de NEAC, as mulheres no quartil mais alto tiveram uma incidência 27% menor de AVC total (HR, 0,73; IC 95%, 0,53-0,99; p = 0,03) e 35% menor incidência de AVC isquêmico (HR, 0,65; IC 95%, 0,43-0,99; p = 0,01).
Entre os homens, a relação entre a ingestão de NEAC e risco de AVC não foi estatisticamente significativa.
“Neste grande estudo prospectivo, a ingestão dietética de NEAC foi associada com uma menor incidência de acidente vascular cerebral, e acidente vascular cerebral isquêmico nas mulheres”, concluem os autores. “Esses resultados demonstram a importância de uma dieta rica em frutas, vegetais e alimentos com propriedades antioxidantes na prevenção da doença”, afirmam.
Referência (s)
Colarusso L, Serafini M, Lagerros YT, Nyren O, La Vecchia C, Rossi M, et al. Dietary antioxidant capacity and risk for stroke in a prospective cohort study of Swedish men and women. Nutrition. 2016. [Epub ahead of print].