Consumo de carne processada aumenta risco de mortalidade por doenças cardiovasculares e câncer

Postado em 15 de março de 2013 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

Estudo publicado por europeus na revista BMC Medicine demonstrou que o consumo moderado de carne processada (como salsicha e bacon) aumenta o risco de mortalidade, especialmente por doenças cardiovasculares e câncer.

O objetivo do estudo foi examinar a associação entre o consumo de carne vermelha, aves e carne processada com o risco de mortalidade. Para isso, os pesquisadores incluíram 448.568 indivíduos, com idades entre 35 e 69 anos, participantes da Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer e Nutrição (estudo EPIC, do inglês, European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition).

No recrutamento, foram coletadas informações completas sobre dieta, medidas antropométricas e dados sobre o estilo de vida, incluindo tabagismo e atividade física. Os participantes foram acompanhados durante uma média de 13 anos.

Aproximadamente uma em cada 17 pessoas acompanhadas no estudo faleceu, sendo que quase 10 mil pessoas faleceram de câncer e 5,5 mil por doenças cardiovasculares.

Os pesquisadores observaram que os indivíduos com alto consumo de carne vermelha (160 g por dia) apresentaram maior mortalidade (fator de risco = 1,14), em comparação com aqueles que tinham baixo consumo desse alimento (10-19,9g por dia), e essa associação foi mais forte para o consumo de carne processada (fator de risco = 1,44). Portanto, aqueles que consumiam 160 g de carnes processadas (aproximadamente duas salsichas e uma fatia de bacon) por dia apresentaram 44% mais chances de motalidade durante o período do estudo do que aqueles que consumiam menos que 20 g/dia. O consumo de aves não foi relacionado com a mortalidade por qualquer causa.

“Os resultados de nossas análises sugerem que homens e mulheres com alto consumo de carne processada possuem maior risco de mortalidade, principalmente por doenças cardiovasculares e câncer. Neste sentido, como o consumo de carne processada é um fator de risco modificável, atividades de promoção da saúde devem incluir informações específicas sobre a redução do consumo de carne processada”, concluem os autores.

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Referência (s)

Rohrmann S, Overvad K, Bueno-de-Mesquita HB, Jakobsen UM, Egeberg R, Tjønneland A, et al. Meat consumption and mortality – results from the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition. BMC Medicine 2013, 11:63.

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