Consumo de frutose e hiperuricemia pode estar associado a NASH em crianças e adolescentes obesos

Postado em 24 de março de 2017 | Autor: Alweyd Tesser

Um estudo publicado no Journal of Hepatology sugere que jovens obesos com doença hepáticagordurosa não alcoólica (DHGNA) e uma dieta rica em frutose podem ter maiorrisco de desenvolver esteato-hepatite não-alcoólica (NASH), uma lesão hepáticacrônica grave comum em adultos alcoólatras.

Pesquisadores italianos examinaram dados de 271 criançase adolescentes obesos com DHGNA. Cerca de 38% deles (n = 102) tinham NASH. Osparticipantes foram submetidos a biópsias hepáticas para avaliar o acúmulo degordura. O consumo de frutose foi avaliado por questionário de frequênciaalimentar e também foi avaliado o ácido úrico sérico.

A hiperuricemia (ácido úrico maior ou igual a 5,9 mg/dl)estava presente em 47% dos pacientes com NASH em comparação com 29,7% dospacientes sem NASH (p = 0,003).

Tanto a concentração de ácido úrico (OR, de 2,48, IC de95%: 1,87-2,83, p = 0,004) quanto o consumo de frutose (OR de 1,61; IC de 95%1,25-1,86, p = 0,001) foram independentemente associados à NASH após ajustepara múltiplos (e todos) fatores de confusão.

O consumo de frutose também foi independentementeassociado com hiperuricemia (OR de 2,02, IC de 95%: 1,66-2,78, p = 0,01). Osjovens com NASH tinham maior consumo médio de frutose: a ingestão mediana erade cerca de 70 gramas de frutose ao dia, enquanto o consumo mediano de frutosepor crianças e adolescentes sem NASH foi de cerca de 53 gramas por dia.

No entanto, uma limitação do estudo é que ele confiou nascrianças e adolescentes para recordar com precisão e relatar o que comiam,observam os autores. O estudo também não analisou se havia uma diferença nosdesfechos hepáticos com base na quantidade de frutose que os participantesingeriam de frutas in natura, sucos de frutas ou refrigerantes.

“Tanto o consumo de frutose na dieta como asconcentrações séricas de ácido úrico estão independentemente associadas com aNASH”, concluem os autores. “Entretanto, nossa compreensão sobre o papel dafrutose no fígado gorduroso ainda está evoluindo”, afirmam.

Referência

Mosca A, Nobili V, De Vito R, Crudele A, Scorletti E,
Villani A, et al. Serum uric
acid concentrations and fructose consumption are independently associated with
NASH in children and adolescents.
J Hepatol. 2017 [Epub ahead of print].

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