Dieta cetogênica traz benefícios para pacientes diabéticos tipo 2 e pré-diabéticos

Postado em 15 de fevereiro de 2018 | Autor: Marcella Gava Brandolis

Saslow e sua equipe investigaram os efeitosde dois tipos de dietas com diferentes quantidades de carboidratos no índiceglicêmico de indivíduos diabéticos tipo 2 e pré-diabéticos.

Foram selecionados indivíduosmaiores que 18 anos, com IMC maior ou igual 25 kg/m2, queapresentavam hemoglobina glicada maior que 6% e que não faziam uso de insulinaou mais de 3 hipoglicemiantes orais. Os participantes frequentaram 19 aulas de2 horas de duração durante 12 meses. Um grupo foi instruído à seguir uma dietacetogênica (baixa em carboidratos) (DBC), sendo que poderiam consumir 20 a 50gde carboidratos conforme preferência. Eles tinham uma meta de atingir níveis decetonas sanguíneas (betahidroxibutirato) de 0,5 a 3 mmol mensurados duas vezesna semana. O outro grupo recebeu orientações para realização de uma dietamoderada em carboidratos (45 a 50% do VET), com calorias restritas e baixa emgorduras (não mais que 500 Kcal por dia) (DMC), e a meta calórica foi calculadavisando perda de peso. Os dois grupos foram orientados sobre a importância dedormirem bem e realizarem exercícios físicos, e também sobre estratégiascomportamentais de efeito positivo e mindful eating. Para avaliar osresultados, foram colhidas amostras de sangue para mensurar HbA1c,lipídeos, glicemia e insulinemia de jejum e proteína C reativa. Osparticipantes registraram suas refeições em um programa específico ao início doestudo, aos 3, 6 e 12 meses de acompanhamento.

Foram randomizados 34participantes, sendo 16 para o grupo DBC e 18 para o grupo DMC. O grupo DBCconsumiu menores quantidades de carboidratos, e maiores quantidades de gordurase proteínas, sem que isso representasse diferença significativa na quantidadede calorias consumidas entre os grupos. Participantes do grupo DBC tiveram umaredução maior da HbA1c que o grupo DMC aos 6 e 12 meses (p=0,001 ep=0,007, respectivamente). Aos 12 meses, participantes do grupo DBC perderammais peso e reduziram seus IMC mais que os participantes do grupo DMC(p<0,001). Com 6 meses, os níveis de LDL aumentaram mais no grupo DBC, noentanto, essa diferença não se manteve aos 12 meses. A razãotriglicérides/colesterol diminuiu mais no grupo DBC que no grupo DMC em 12meses. Os demais parâmetros biológicos não apresentaram diferença significativaentre os grupos. Os participantes no grupo DBC reduziram o uso de medicamentosrelacionados à diabetes mais que os participantes do grupo DMC. Dos indivíduosque utilizavam metformina ao início do estudo, 3/10 descontinuaram seu uso nogrupo DBC enquanto 0/10 o descontinuaram no grupo DMC, o que, no entanto, nãofoi significativo (p=0,08).

A partir destes resultados, osautores concluíram que em um período de 12 meses, adultos com HbA1c epeso corporal elevados obtiveram maiores reduções destes parâmetros e reduzirammais o uso de medicamentos ao realizarem uma dieta cetogênica – baixa emcarboidratos -quando comparados à pacientes que realizaram dieta moderada emcarboidratos.

 

Referência:

Saslow LR,
Daubenmier JJ,
Moskowitz JT,
Kim S,
Murphy EJ,
Phinney SD,
Ploutz-Snyder R,
Goldman V,
Cox RM,
Mason AE,
Moran P,
Hecht FM.
Twelve-month outcomes of a randomized trial of a
moderate-carbohydrate versus very low-carbohydrate diet in overweight adults
with type 2 diabetes mellitus or prediabetes.
Nutr Diabetes. 2017 Dec 21;7(12):304.

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