Dieta vegetariana e vegana estão associadas com maior risco de fraturas

Postado em 14 de dezembro de 2020 | Autor: Marcella Gava

Durante o acompanhamento de 18 anos, foram observadas 3.941 fraturas em 54.898 indivíduos

Estudos anteriores mostraram que os vegetarianos tinham menor densidade mineral óssea (DMO) do que não-vegetarianos, mas as associações de dietas vegetarianas com riscos de fratura não estavam claras. Com isso, este estudo teve por objetivo avaliar os riscos de fraturas em indivíduos vegetarianos durante 18 anos. Foram coletados dados sociodemográficos, de saúde e de consumo alimentar, avaliando entre outros fatores, a ingestão de proteínas e cálcio.

Fizeram parte do estudo 54.898 indivíduos. Foram observados 3.941 casos de fraturas, sendo 566 fraturas de braço, 889 fraturas de punho, 945 fratura de quadril, 366 de perna, 520 no tornozelo e 467 em locais diversos. Quando comparados com indivíduos que consumiam carne, os vegetarianos e veganos apresentaram um risco maior de fraturas. Os vegetarianos apresentaram 4,1 vezes mais fraturas e os veganos 19,4 vezes mais em 10 anos. Essa associação foi atenuada, mas permaneceu significativa em veganos após ajuste por cálcio e proteína dietéticos. O tipo de fratura com maior diferença entre os grupos alimentares foi a fratura de quadril, sendo maior em indivíduos veganos (HR 2,31), seguido pelos que comiam peixe (HR 1,26) e então por vegetarianos (HR 1,25), em relação aos que ingeriam carne vermelha, após ajuste pelo IMC. Os veganos apresentaram maior risco geral de fraturas quando comparados aos demais grupos. Para fraturas em geral e fratura de quadril, essa associação com veganos ficou mais forte em mulheres, após a menopausa, com baixa atividade física e menor IMC.

Assim, os autores concluíram que comparados aos indivíduos que ingeriam carne vermelha, os veganos apresentaram maior risco de fraturas total, de quadril, perna e de coluna, enquanto os vegetarianos e indivíduos que ingeriam peixe apresentaram maior risco de fratura de quadril em comparação aos demais grupos. Esse aumento do risco se deu em parte devido ao baixo IMC e à possibilidade de menor ingesta de cálcio e proteínas.

Referência:

Tong, T.Y.N., Appleby, P.N., Armstrong, M.E.G. et al. Vegetarian and vegan diets and risks of total and site-specific fractures: results from the prospective EPIC-Oxford study. BMC Med 18, 353 (2020).

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