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ABRAN e CRN3 se posicionaram sobre a nova diretriz
No último dia 15 de maio de 2023, a Organização Mundial de Saúde publicou uma diretriz sobre o uso de adoçantes que vem causando polêmica.
O documento destina-se ao público envolvido no desenvolvimento, desenho e implementação de políticas e programas de nutrição e saúde pública, que visam reduzir a ingestão de açúcares livres, promover dietas saudáveis e prevenir ganho de peso e o surgimento de doenças crônicas não-transmissíveis.
A OMS afirma que essa recomendação deve ser considerada dentro do contexto de promoção de dietas saudáveis, alinhada a outras diretrizes já publicadas sobre carboidratos, gorduras totais, ácidos graxos saturados e trans, ácidos graxos poliinsaturados, sódio e potássio.
Elaborada a partir de uma revisão sistemática encomendada pelo órgão, os dados não questionam ou reformulam as recomendações de ingestão segura de adoçantes, proposta por órgãos como Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), Food and Drug Administration (FDA), European Food Safety Authority (EFSA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
- Saiba mais: Confira por que os adoçantes são seguros
Entenda a polêmica por trás da diretriz de adoçantes da OMS
A OMS afirma que a revisão sistemática não encontrou evidências de benefício a longo prazo do uso de adoçantes para redução de gordura corporal em adultos ou crianças, mas encontrou potenciais efeitos indesejáveis do uso a longo prazo na forma de aumento do risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos, e evidências limitadas com relação ao aumento do risco de parto prematuro quando há uso de adoçantes durante a gravidez.
E a parir desses resultados, elaborou a seguinte recomendação condicional:
“A OMS sugere que os adoçantes não açucarados não sejam usados como forma de controlar o peso ou reduzir o risco de doenças não transmissíveis.”
No entanto, a recomendação gerou dúvidas, pois não contempla, por exemplo a indicação de adoçantes para pessoas que já têm diabetes, por exemplo.
No Brasil, o Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo e Mato Grosso do Sul (CRN 3) e a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) se posicionaram com relação a essa diretriz.
A ABRAN, por exemplo, elencou os pontos críticos da diretriz e “reconhece que os adoçantes, de forma isolada, não causam emagrecimento. Nem tão pouco baixam os níveis de açúcar do sangue. A redução do peso pode ser conquistada se a pessoa substituir o açúcar pelo adoçante não nutritivo, adotar uma dieta saudável controlada em calorias e não fizer compensação calórica. No caso das pessoas com diabetes, os adoçantes são muito importantes, porque ajudam a manter um padrão de sabor doce nas dietas com restrição de açúcar, e contribuem para criar padrões alimentares mais saudáveis e equilibrados.”
Nós entendemos que recomendações não podem ser generalizadas e, considerando a segurança já comprovada por órgãos como JECFA, FDA, EFSA e ANVISA, dentro da individualidade dos casos e dentro de uma prática de alimentação saudável, os adoçantes podem ser utilizados.
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- Acesse a diretriz da OMS na íntegra: Use of non-sugar sweeteners: WHO guideline
Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo. Mestranda pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP. Especialização em Obesidade, Emagrecimento e Saúde pela Unifesp. Tutora de cursos EAD do Ganep Educação. Coordenadora do Nutritotal.
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Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo. Mestre pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP. Especialização em Obesidade, Emagrecimento e Saúde pela Unifesp. Experiência profissional em Nutrição Clínica, Nutrição Esportiva, Marketing Nutricional e Docência no Ensino Superior. Coordenadora do Nutritotal.