Diretriz da OMS aborda o uso de adoçantes em dietas de emagrecimento

Postado em 26 de maio de 2023

ABRAN e CRN3 se posicionaram sobre a nova diretriz

No último dia 15 de maio de 2023, a Organização Mundial de Saúde publicou uma diretriz sobre o uso de adoçantes que vem causando polêmica.

O documento destina-se ao público envolvido no desenvolvimento, desenho e implementação de políticas e programas de nutrição e saúde pública, que visam reduzir a ingestão de açúcares livres, promover dietas saudáveis e prevenir ganho de peso e o surgimento de doenças crônicas não-transmissíveis.

A OMS afirma que essa recomendação deve ser considerada dentro do contexto de promoção de dietas saudáveis, alinhada a outras diretrizes já publicadas sobre carboidratos, gorduras totais, ácidos graxos saturados e trans, ácidos graxos poliinsaturados, sódio e potássio.

diretriz oms adoçantes

Foto: shutterstock.com

Elaborada a partir de uma revisão sistemática encomendada pelo órgão, os dados não questionam ou reformulam as recomendações de ingestão segura de adoçantes, proposta por órgãos como Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), Food and Drug Administration (FDA), European Food Safety Authority (EFSA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Entenda a polêmica por trás da diretriz de adoçantes da OMS

A OMS afirma que a revisão sistemática não encontrou evidências de benefício a longo prazo do uso de adoçantes para redução de gordura corporal em adultos ou crianças, mas encontrou potenciais efeitos indesejáveis do uso a longo prazo na forma de aumento do risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos, e evidências limitadas com relação ao aumento do risco de parto prematuro quando há uso de adoçantes durante a gravidez.

E a parir desses resultados, elaborou a seguinte recomendação condicional:

“A OMS sugere que os adoçantes não açucarados não sejam usados como forma de controlar o peso ou reduzir o risco de doenças não transmissíveis.”

No entanto, a recomendação gerou dúvidas, pois não contempla, por exemplo a indicação de adoçantes para pessoas que já têm diabetes, por exemplo.

No Brasil, o Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo e Mato Grosso do Sul (CRN 3) e a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) se posicionaram com relação a essa diretriz.

A ABRAN, por exemplo, elencou os pontos críticos da diretriz e “reconhece que os adoçantes, de forma isolada, não causam emagrecimento. Nem tão pouco baixam os níveis de açúcar do sangue. A redução do peso pode ser conquistada se a pessoa substituir o açúcar pelo adoçante não nutritivo, adotar uma dieta saudável controlada em calorias e não fizer compensação calórica. No caso das pessoas com diabetes, os adoçantes são muito importantes, porque ajudam a manter um padrão de sabor doce nas dietas com restrição de açúcar, e contribuem para criar padrões alimentares mais saudáveis e equilibrados.”

Nós entendemos que recomendações não podem ser generalizadas e, considerando a segurança já comprovada por órgãos como JECFA, FDA, EFSA e ANVISA, dentro da individualidade dos casos e dentro de uma prática de alimentação saudável, os adoçantes podem ser utilizados.

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