A eficácia da nutrição parenteral pode ser melhorada com autilização sistemática de escores que identifiquem os pacientes que mais sebeneficiariam desta terapia. No entanto, não existe uma ferramenta única para triagemou avaliação do estado nutricional que possa predizer os desfechos relacionadosà desnutrição dos pacientes. Assim, Talaveron realizou um estudo para avaliarqual escore baseado em parâmetros inflamatórios se associa com as melhorespredições de desfecho/morbidade durante o tratamento com nutrição parenteral.
Foi realizado um estudo observacional retrospectivo deprontuários médicos de pacientes que receberam terapia nutricional parenteral (TNP)em um período de 4 anos. Os dados levantados incluíram: dados demográficos,diagnóstico, comorbidades e complicações infecciosas no início e durante a TNP,além de valores de glicose, triglicerídeos, albumina, pré-albumina e PCR(proteína C-reativa).
O estudo contou com 460 pacientes, sendo a maioriacirúrgicos (377) com diagnósticos principais de câncer (50,43%), outras doençasdigestivas (35,22%), trauma (3,69%), doença cardiovascular (3,69%), infecções(3,26%), e outros (3,69%). Dos pacientes que vieram a óbito, todos tiveramparâmetros inflamatórios (albumina, pré-albumina, PCR, PCR/albumina ePCR/pré-albumina) estatisticamente maiores do que os que não morreram. Issotambém ocorreu nos pacientes que ficaram na UTI em relação aos que não ficaram.
PCR, albumina e PCR/albuminaproduziram mais dados sobre mortalidade e morbidade em pacientes em TNP quepré-albumina e PCR/pré-albumina. O escore PCR/albumina foi estatisticamentesignificante para predizer êxito, infecção, sepse e falência renal durante otratamento com TNP. Já o escore PCR/pré-albumina foi estatisticamentesignificante para predizer sepse e falência renal. Ambos escores apresentaramdiferença estatisticamente significante para predizer o tempo de duração deTNP, de internação na UTI e dias em ventilação mecânica: os pacientes comvalores maiores de escores ao início da TNP permaneceram mais tempo em TNP,ficaram mais dias na UTI e permaneceram por um período mais longo em ventilaçãomecânica.
Dessa forma, os autores concluíram que o uso do escorePCR/albumina determinado no início do tratamento com TNP possui maiorcapacidade prognóstica que PCR/pré-albumina, albumina ou pré-albumina nãoajustados pela PCR, e pode ser útil para identificar pacientes com maior risco.
Referência:
Llop-Talaveron J, Badia-Tahull MB, Leiva-Badosa E. An inflammation-based prognostic score, the C-reactive protein/albumin
ratio predicts the morbidity and mortality of patients on parenteral nutrition. Clin
Nutr. 2017 Aug
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