Guaraná tem potencial antioxidante maior do que chá verde

Postado em 5 de agosto de 2016 | Autor: Alweyd Tesser

Estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) demonstrou que as catequinas presentes no guaraná (Paullinia cupana) são biodisponíveis e contribuem para a redução do estresse oxidativo em indivíduos clinicamente saudáveis.
Publicado na revista Food & Function, o estudo avaliou 12 voluntários saudáveis, mas com sobrepeso e risco cardiovascular ligeiramente elevados. O trabalho teve duração de um mês, período no qual foram realizadas duas etapas: na primeira, os indivíduos foram submetidos a exames clínicos após 15 dias de dieta controlada. Nos 15 dias seguintes, segunda etapa, eles passaram a consumir 3 g de guaraná em pó, dissolvidos em 300 ml de água, todas as manhãs, em jejum.
Os efeitos do consumo de guaraná ao longo dos 15 dias de intervenção foram observados por meio de marcadores do estresse oxidativo. As comparações foram feitas entre os exames dos mesmos voluntários, evitando-se, assim, influências da variabilidade entre os indivíduos. O efeito agudo do guaraná foi medido uma hora após a ingestão da solução no primeiro e no último dia. Já o efeito prolongado foi avaliado quando os indivíduos estavam em jejum, também no primeiro e no último dia.
Entre os marcadores utilizados estavam a oxidação lipídica da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e um ensaio cometa, técnica que mede quebras de DNA (ácido desoxirribonucleico) induzidas por diferentes fatores, entre eles o estresse oxidativo.
Os resultados demonstram que a LDL coletada dos voluntários após o consumo do guaraná se mostrou mais resistente à oxidação e o DNA dos linfócitos colhidos uma hora após o consumo de guaraná sofreu menos danos quando submetido a um ambiente oxidante, indicando a presença de substâncias antioxidantes ou um melhor desempenho do sistema antioxidante enzimático dessas células.
“Todos esses marcadores dependem da presença das catequinas em circulação. A melhora desses parâmetros foi geralmente observada junto com o aumento da concentração de catequinas no plasma após a ingestão do guaraná, indicando que o guaraná era de fato o responsável por esse efeito”, afirmam os autores. “Os resultados são animadores e demonstram que a biodisponibilidade das catequinas do guaraná é igual ou superior às do chá verde, cacau e chocolate, sendo suficiente para promover efeitos positivos sobre a atividade antioxidante no plasma, proteger o DNA dos eritrócitos e reduzir a oxidação dos lipídeos no plasma, além de promover um aumento da atividade de enzimas antioxidantes”, concluem.
Referência (s)

Yonekura L, Martins CA, Sampaio GR, Monteiro MP, César LA, Mioto BM, et al. Bioavailability of catechins from guaraná (Paullinia cupana) and its effect on antioxidant enzymes and other oxidative stress markers in healthy human subjects. Food Funct. 2016; 7(7):2970-8.

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