Diretriz ESPEN Nutrição clínica em cirurgia

Postado em 15 de dezembro de 2021

Diretriz ESPEN nutrição em cirurgia

Tanto no pré quanto no pós-operatório, o manejo nutricional é essencial para o sucesso da cirurgia, evitando complicações e otimizando a recuperação de indivíduos submetidos à operação.

A fim de aperfeiçoar a prática clínica, a ESPEN (Sociedade Europeia para Nutrição Clínica e Metabolismo) publicou recentemente a Diretriz de Nutrição Clínica em Cirurgia, apresentando 37 recomendações para cuidados no pré e pós de pacientes cirúrgicos.

Abaixo podemos conferir alguma das principais recomendações.

Jejum no pré-operatório

De acordo com recomendações da diretriz, alimentos sólidos podem ser oferecidos em até 6h antes da anestesia, enquanto líquidos claros com carga de carboidratos como chá, café ou limonada de frutas, podem ser ofertados até 2h antes da operação.

Contudo, para paciente em cirurgia de emergência ou que apresente atraso no esvaziamento gástrico a recomendação acima não se aplica.

Estado nutricional, o que diz a Diretriz ESPEN Nutrição Clínica em cirurgia

Em pacientes cirúrgicos, o bom estado nutricional é primordial para diminuição de complicações, assim o monitoramento é essencial para minimizar risco e corrigir déficits.

A diretriz orienta que o estado nutricional deve ser avaliado antes e depois da cirurgia de grande porte, levando em consideração alguns critérios para diagnóstico de desnutrição:

  • Perda de peso > 10% a 15% ao longo de 6 meses
  • Índice de massa corporal (IMC) <18,5 kg / m2
  • Avaliação subjetiva global C ou nutritional risk screening (NRS) >5
  • Albumina sérica <30mg/L (sem evidência de disfunção hepática ou renal)

Terapia nutricional

A terapia nutricional (TN) perioperatório é recomendada para pacientes em risco nutricional ou em desnutrição, indivíduos que não conseguirão se alimentar por mais de cincos dias ou que estão com baixa ingestão por mais de sete dias.

Nessas circunstâncias, a TN de deve ser iniciada imediatamente, podendo ser ofertada via enteral, mas com suplementação oral ou alimentação via sonda.

Além disso, em casos em que a necessidades de energia e nutrientes não podem ser atendidas pela ingestão oral ou enteral (<50% da necessidade calórica), a combinação entre nutrição parenteral e nutrição enteral deve ser considerada, sendo recomendado a sua aplicação imediatamente nesses casos.

Em relação à formulação da TN, a diretriz de nutrição em cirurgia orienta que paciente desnutridos submetidos à cirurgia de grande porte, deve ser considerado o enriquecimento da formula com arginina, ácidos graxos ômega 3 e ribonucleotídeos, para prevenção de complicações.

 

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