Modo de redução do LDL faz diferença

Postado em 4 de novembro de 2016 | Autor: Alweyd Tesser

Estudo avaliou a associação entre redução relativa do risco cardiovascular e redução de LDL com estatinas e com terapias não relacionadas a estatinas

Resultados de uma metanálise publicada no The Journal of The American Medical Association demonstraram que o uso de estatinas e de terapias não relacionadas a estatinas (que funcionam pelo mesmo mecanismo) para a redução de LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade) foram associadas com riscos relativos (RR) semelhantes de eventos cardiovasculares.

O estudo reuniu dados de 49 estudos conduzidos nos últimos 51 anos que incluíam ensaios com estatinas, dieta, sequestrantes de ácidos biliares, by-pass ileal, fibrato, niacina, inibidores da proteína de transferência de éster de colesterol (CETP) e inibidores da pró-proteína convertase subtilisina/kexin tipo 9 (PCSK9) – todas terapias que ajudam a reduzir o colesterol e aumentar a expressão do receptor de LDL. Ao todo, foram 312.175 participantes com 39.645 eventos vasculares graves acompanhados por uma média de 4,3 anos.

Os pesquisadores observaram que cada redução de 1 mmol/l (38,7 mg/dL) no LDL- colesterol esteve associada a um risco relativo 23% menor de eventos vasculares graves com as estatinas (RR 0,77, IC de 95% 0,71-0,84; p<0,001) e um risco 25% menor com dieta intensiva, sequestrantes de ácidos biliares ou cirurgia de by-pass ileal (RR 0,75, IC de 95%, 0,66-0,86; p = 0,002).

A análise de meta-regressão de efeitos aleatórios mostrou que a niacina ficou aproximadamente ao longo da linha de regressão; os fibratos ligeiramente acima da linha, o que sugere uma redução do risco maior que o esperado; e os inibidores da CETP bem abaixo da linha, indicando nenhum efeito significativo sobre eventos vasculares. As reduções do risco relativo observadas nos eventos vasculares graves associados a cada redução de 1 mmol/l no LDL- colesterol foram de 0,94, 0,88, e 1,01, respectivamente.

“Nossos dados mostram que, ao pensar em tratamento, não se deve realmente concentrar em apenas uma única linha de terapia. É necessário estar focado nos pacientes e em alcançar o objetivo, que é reduzir o fator de risco, o LDL- colesterol. Assim, deve-se usar todas as ferramentas apropriadas no arsenal”, concluem os autores.

Referência

Silverman MG, Ference BA, Im K, Wiviott SD, Giugliano RP, Grundy SM. Association Between Lowering LDL-C and Cardiovascular Risk Reduction Among Different Therapeutic Interventions: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA. 2016; 316(12):1289-97.

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