O que é coenzima Q10 e quais são as suas aplicações clínicas?

Postado em 7 de março de 2014 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

A coenzima Q10 (CoQ10), quimicamente designada como  2,3-dimetoxi-5-metil-6-decaprenil-1,4-benzoquinona, é uma substância lipossolúvel também conhecida como CoQ10, vitamina Q10 , ubidecarenona ou ubiquinona. Essa molécula está presente em maior concentração na membrana mitocondrial, sendo um componente essencial da cadeia de transporte de elétrons, gerando energia na forma de trifosfato de adenosina (ATP).

Uma de suas principais características é a capacidade antioxidante, que pode ser de maneira direta ou indireta. De forma direta a CoQ10 pode atuar sobre um tipo de radical livre, como os radicais peroxil. De forma indireta, a CoQ10 está envolvida na manutenção dos níveis de vitaminas C e E dentro da célula. Os efeitos antioxidantes da CoQ10 têm sido encontrados em doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e no câncer.

A CoQ10 pode ser obtida a partir da dieta ou suplementos, mas também é produzida de forma endógena. As principais fontes são carnes, aves e peixes, mas pode ser também encontrada em cereais, soja, nozes e vegetais, especialmente espinafre e brócolis.

Com relação à síntese endógena, a CoQ10 é produzida a partir de tirosina, principalmente no coração, fígado, rins e pâncreas. Como todas as atividades celulares dependem de energia, a CoQ 10 é essencial para a saúde de todos os órgãos e tecidos. Estudos demonstram que algumas vitaminas participam da síntese de CoQ10, incluindo a vitamina B2, B6, ácido fólico, vitamina B12, niacina, ácido pantotênico e vitamina C.

Entretanto, a CoQ10 não é classificada como uma vitamina ou mineral e, por essa razão, não existe valor de referência para ingestão diária recomendada. No entanto, a deficiência de CoQ10 pode ocorrer como consequência da baixa ingestão ou produção endógena insuficiente causada por envelhecimento ou devido à deficiência de micronutrientes necessários para a sua síntese. Alguns estudos demonstram que a deficiência de CoQ10 pode ser observada em algumas condições clínicas, tais como insuficiência cardíaca congestiva, doenças isquêmicas do coração, cardiomiopatia, hipertensão, hipertiroidismo e câncer de mama.

Em pacientes em que é detectada a deficiência de CoQ10, a suplementação adequada deve ser administrada em dose individualizada com o objetivo de atingir os níveis normais de CoQ10. No entanto, são necessários mais estudos para estabelecer as doses recomendadas e a eficácia para contribuir no tratamento de doenças.

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Bibliografia

Potgieter M, Pretorius E, Pepper MS. Primary and secondary coenzyme Q10 deficiency: the role of therapeutic supplementation. Nutr Rev. 2013 Mar;71(3):180-8.

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