O que é e qual o papel da alimentação na síndrome pré-menstrual?

Postado em 8 de maio de 2015 | Autor: Alweyd Tesser

A síndrome pré-menstrual (SPM) ou distúrbio disfórico pré-menstrual é uma desordem hormonal que pode ocorrer após a ovulação, durante a última semana da fase lútea, ou seja, dias que precedem o início do fluxo menstrual. A primeira descrição médica formal da SPM aconteceu em 1931, em um trabalho apresentado na New York Academy of Medicine.
Os sintomas e sua intensidade podem variar a cada ciclo sendo os mais comuns: irritabilidade, alterações de humor, comportamento depressivo, impulsividade, aumento de apetite, desejo por doce, confusão mental, fadiga, mastalgia, edema abdominal, lombalgia, insônia, aumento de peso temporário, enxaqueca, presença de edema nas extremidades, constipação intestinal e diarreia.
 
A causa exata da SPM ainda é desconhecida, mas existem algumas hipóteses que a explicam. Como é possível observar na imagem abaixo, durante o ciclo menstrual há dois picos de secreção de estrogênio, um no momento da ovulação, e um na fase pré-menstrual e já é bem estabelecido na literatura que esse hormônio causa retenção de água e sódio, o que explicaria alguns dos principais sintomas como edema e mastalgia.
 
 
*A parte destacada em laranja representa a fase da SPM no ciclo menstrual
 
No entanto, essas alterações hormonais são fisiológicas e o porquê de algumas mulheres serem mais sensíveis do que outras a essa mudança, ainda não foi esclarecido. A hipótese predominante atual é de que as mulheres que desenvolvem SPM têm maior vulnerabilidade em sistemas de neurotransmissores no sistema nervoso central, sobretudo o sistema serotonérgico (libera ou é estimulado pela serotonina no processo de transmissão de impulsos), pois as alterações hormonais que ocorrem durante a fase lútea, amplificam a desregulação desse sistema. 
 
Há também, alguns estudos que defendem outros possíveis mecanismos que relacionam a SPM com a nutrição, como a deficiência de vitamina B6, a hipoglicemia e níveis baixos de cálcio e/ou magnésio.
 
Alguns cuidados com a alimentação podem ser adotados para amenizar os sintomas, como reduzir a ingestão de açúcares e gorduras, reduzir a ingestão de sal e evitar a ingestão de alimentos industrializados e embutidos. Deve-se estimular a substituição de carboidratos simples por fontes de carboidratos complexos, como grãos integrais, e aumento na ingestão de água, verduras cruas e frutas oleaginosas.
 
A cafeína é um potente estimulador do sistema nervoso central, que aumenta o cortisol e diminui a produção de serotonina, consequentemente agravando sintomas como estresse, irritabilidade, dores de cabeça, tensão, ansiedade e compulsão por doces, e, portanto, seu consumo deve ser evitado nessa fase.
 
O consumo de bebidas alcoólicas pode favorecer o aumento no consumo de doces, pois pode levar à hipoglicemia, além da eliminação de importantes nutrientes envolvidos com os sintomas da SPM, como cálcio, magnésio e vitaminas do complexo B.
 
Estudos demonstram que a suplementação com cálcio (1000 a 1200 mg/dia durante 3 ciclos), magnésio (200 a 400 mg/dia por no mínimo 2 meses) e vitamina B6 (50 a 400 mg/dia por no mínimo 3 meses) é capaz de reduzir em até 48% os sintomas da SPM.
 
É importante ressaltar que os sintomas devem desaparecer com a menstruação. Caso não desapareçam, não se trata de SPM, e, portanto, devem ser investigados com cautela.

 

Bibliografia

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