O que é esofagite eosinofílica e qual a abordagem nutricional?

Esofagite eosinofílica (EE) é uma doença inflamatória crônica, mediada imunologicamente e caracterizada pela infiltração da mucosa esofágica por eosinófilos. Os eosinófilos são um tipo de célula branca do sangue que possuem um papel importante no sistema imunológico, pois atuam no combate a certos tipos de infecção, como as causadas por parasitas, e são um dos tipos de célula envolvidas em reações alérgicas.

Normalmente, os eosinófilos estão presentes no sangue e no intestino, para executar suas funções, entretanto, quando presentes em grande quantidade em outras regiões, eles podem causar danos ao organismo. Alguns exemplos são os indivíduos com alergias sazonais, em que os eosinófilos são encontrados no nariz; indivíduos com asma, os eosinófilos são encontrados em maior quantidade no pulmão; em pessoas com EE, os eosinófilos são encontrados em grande quantidade no esôfago.

Os sintomas de EE podem variar de acordo com a idade e muitas vezes são confundidos com os sintomas da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Os bebês podem apresentar vômito, irritabilidade e pouco ganho de peso. Nas crianças maiores e nos adolescentes, pode haver disfagia ou pressionamento do esôfago. Outros sintomas podem incluir: refluxos que não respondem aos medicamentos, náuseas, vômitos, dor abdominal ou torácica, falta de apetite e dificuldade para dormir.
Embora ainda não esteja clara a causa exata da EE, a participação de alérgenos alimentares tem sido cada vez mais identificada no desenvolvimento da doença. Entre os alimentos mais comuns a serem considerados estão: leite de vaca, ovos, amendoim, soja, trigo, nozes, peixes e frutos do mar.

Quando um ou mais alimentos específicos são detectados por exames alérgicos, a exclusão do componente da dieta pode resolver o problema. Entretanto, em muitos indivíduos, especialmente em crianças maiores e adultos, nenhum alérgeno específico é identificado. Nestes casos outra abordagem nutricional deve ser considerada, como a dieta elementar, baseada em fórmulas hidrolisadas, composta por aminoácidos livres. Nessa abordagem todas as fontes de proteína são removidas da dieta e apenas a fórmula baseada em aminoácidos é permitida. Quando o paciente está livre dos sintomas, pode iniciar um desafio alimentar no qual um alimento novo é reintroduzido a cada período entre 4 e 7 dias. Após a remissão da doença os alimentos devem ser reintroduzidos na dieta de forma gradual, mantendo aqueles que não levam a recorrência. Essa proposta, conhecida como desafio alimentar, ajuda a identificar quais são os alimentos responsáveis pela resposta alérgica e torna-se a base do tratamento em longo prazo da doença.

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