Explicamos o distúrbio e esclarecemos algumas estratégias nutricionais para ajudar pacientes que apresentam esse quadro
A gastroparesia é identificada como um distúrbio da motilidade gástrica, com diminuição da velocidade da passagem do conteúdo do estômago para o intestino, que se manifesta pela presença dos seguintes sintomas: náuseas, vômitos, saciedade precoce, empachamento e desconforto abdominal.
Esta é uma complicação que normalmente surge entre pacientes em uso de nutrição enteral (NE), diabéticos ou pacientes críticos com hiperglicemia, em uso de ventilação mecânica, com trauma craniano, em uso de barbitúricos ou opioides.
A medida do volume residual gástrico (VRG) para avaliar disfunção gastrointestinal é comum e pode ajudar a identificar a intolerância à NE durante o início e a progressão da terapia nutricional. No entanto, a checagem de rotina do VRG não é recomendada pela ESPEN e BRASPEN, mas o grupo europeu sugere que a NE deve ser suspensa quando o VRG for maior que 500ml no período de 6h.
A principal consequência da gastroparesia é a interrupção da NE, com consequente déficit calórico-proteico. Assim, para evitar a suspenção da dieta e favorecer o controle da gastroparesia, para pacientes com diagnóstico ou risco para essa complicação recomenda-se evitar dietas com altas quantidades de lipídios e fibras, fórmulas muito hiperosmolares e infusão de grandes volumes.
Referências:
CASTRO, M.C. et al. Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional no Paciente Grave. BRASPEN J 2018; 33 (Supl 1):2-3
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Singer P et al. ESPEN guideline on clinical nutrition in the intensive care unit. Clin Nutr. 2019 Feb;38(1):48-79.
WAITZBERG, Dan L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.