O que é Gastrostomia Endoscópica Percutânea?

Postado em 24 de janeiro de 2022 | Autor: Natalia Lopes

Gastrostomia Endoscópica Percutâne

Quando o trato gastrointestinal está funcionando, mas devido alguma alteração no trato gastrointestinal superior a ingestão alimentar por via oral é contraindicada, recomenda-se a gastrostomia percutânea, podendo ser realizada através de uma laparotomia, via endoscópica ou por meio de uma laparoscopia. No entanto, o procedimento mais utilizado na prática é a gastrostomia endoscópica percutânea.

A gastrostomia endoscópica percutânea

Também conhecida como técnica de Hunter, a gastrostomia percutânea endoscópica (GPE) é hoje a maneira mais indicada pelas diretrizes para a passagem da gastrostomia, por ser de fácil execução, de baixa morbidade e por ser possível realizá-la com sedação e anestesia local à beira leito.

A gastrostomia é indicada a pacientes em que a nutrição enteral (NE) seja superior a um mês, ou que apresenta disfagia, devido a um tumor na cabeça ou com doenças neurológicas, contribuindo com a manutenção do aporte nutricional e com a melhora na qualidade de vida desses indivíduos.

Como é realizado o procedimento?

Com a ajuda de um endoscópio, é feito um pequeno orifício entre o estômago e a parede abdominal, por onde é passado o fio guia que segue até a cavidade oral. Através do fio guia, uma sonda é inserida na cavidade oral, chega ao estômago e, então, é fixada de maneira a permitir a comunicação entre o estômago e o meio externo para recebimento da dieta.

O procedimento geralmente é realizado com sedação ou anestesia local e com uso de antibióticos para minimizar o risco de possíveis complicações e, após a sua realização, o paciente pode receber a alimentação pela via em poucas horas.

Contraindicações e complicações

O procedimento é contraindicado em casos de obstrução pilórica ou do trato gastrointestinal, pacientes com ascite, com a impossibilidade de acesso endoscópico ao estômago ou intestino, desordem de coagulação sanguínea, e em indivíduos com psicoses, obesidade mórbida e paciente terminal.

Apesar de ser considerado um método seguro, pode haver algumas complicações relacionadas à migração da sonda, dor no local da sua inserção, obstrução da sonda, ou ocorrência de infecção da pele ao redor da sonda.

Porém, para evitar algumas dessas complicações é indicada a lavagem da sonda com água morna, após a ingestão da alimentação, evitar a ingestão de alimentos ácidos ou de bebidas alcoólicas, além de fazer a assepsia e curativo tópico no local.

Assim, cabe à equipe multidisciplinar aconselhar o paciente e os familiares sobre os cuidados, a fim de evitar possíveis complicações em que impactam no sucesso da terapia nutricional.

Veja também: Ostomia: o que é? E quais são os cuidados?

 

Referência

MINICUCCI, Marcos Ferreira. et al. O uso da gastrostomia percutânea endoscópica. Revista de Nutrição, São Paulo, v. 4, n. 18, p. 553-559, ago. 2005.

MELLO, Gustavo; MANSUR, Gilberto (ed.). Gastrostomia endoscópica percutânea: técnicas e aplicações. Rio de Janeiro: Rubio, 2012.

ARAHNEMAI-AZAR, Ata. Percutaneous endoscopic gastrostomy: Indications, technique, complications and management. World Journal Of Gastroenterology, [s.l.], v. 20, n. 24, p.7739-7751, 2014. Baishideng Publishing Group Inc..

Waitzberg, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 5.ed. Atheneu, 2017.

WIRTH, Rainer. Die perkutane endoskopische Gastrostomie in der Altersmedizin. Zeitschrift Für Gerontologie Und
Geriatrie, [s.l.], p.1363-1367, 18 jan. 2018. Springer Nature.

 

Leia também



Cadastre-se e receba nossa newsletter