Os fitoquímicos podem reduzir a adiposidade?

Postado em 21 de julho de 2011 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

Sim. Os principais fitoquímicos que atuam na inibição da adiposidade são: resveratrol, epigalocatequina-3-galato (EGCG), genisteína e capsaisina. De maneira geral, a literatura relata que existe um progresso substancial em ralação ao conhecimento dos fitoquímicos e as suas ligações à obesidade. Alguns estudos demonstram também efeitos de outros fitoquímicos como a apigenina, luteolina, kaempferol, miricetina, proantocianidinas, xanthohumol, dentre outros. Essa variedade de substâncias pode ser encontrada em frutas, verduras e ervas, incluindo alecrim, pimentão, aipo, hortelã, alecrim, soja, pimenta, brócolis, uva e em outros alimentos funcionais.

Esses fitoquímicos podem atuar em diferentes fases de desenvolvimento das células do tecido adiposo, como na inibição da diferenciação de pré-adipócitos, estimular a lipólise, induzir a apoptose de adipócitos existentes e, consequentemente, reduzem a massa do tecido adiposo. A quantidade de tecido adiposo pode ser regulada pela inibição da adipogênese a partir de células precursoras, bem como o controle do tamanho dos adipócitos. A obesidade é induzida pela hipertrofia dos adipócitos e ao recrutamento de novos adipócitos a partir de células precursoras e estes dois processos são dependentes da regulação da diferenciação dos adipócitos.

Estudos experimentais descrevem que o resveratrol diminui a adipogênese e a viabilidade de pré-adipócitos em amadurecimento. Em análise molecular, verifica-se que esses efeitos ocorrem por inibição de fatores de transcrição e enzimas específicas nesse processo de diferenciação, além de modular genes relacionados com a função mitocondrial. O resveratrol também pode aumentar a lipólise e reduzir a lipogênese em adipócitos já maduros.

Outro estudo experimental verificou que a suplementação dietética de ratas idosas ovariectomizadas com uma combinação de resveratrol, vitamina D, quercetina e genisteína diminuíram o ganho de peso, bem como inibiu a perda de massa óssea.

Hwang e colaboradores identificaram em estudo in vitro, que o tratamento de células com genisteína, EGCG e capsaicina inibiu o processo de diferenciação de adipócitos, levando à apoptose de adipócitos maduros.

A genisteína é um polifenol derivado da soja, que tem diversas ações já conhecidas no controle do câncer. Alguns estudos experimentais relataram que a genisteína apresentou efeitos anti-adipogênicos, entretanto, seu mecanismo de ação exato ainda não é conhecido.

A inibição da adipogênese pelo EGCG (principal polifenol do chá verde) tem sido demonstrada em linhagens celulares, modelos animais e humanos. Estudos clínicos mostraram que esse fitoquímico é capaz de reduzir o peso corporal, índice de massa corporal e de massa gorda. Seu mecanismo de ação foi observado em linhagem celular e modelos animais, em que o EGCG inibiu vias de sinalização de crescimento de adipócitos e diminuiu a expressão de enzimas lipogênicas.

 

 

Bibliografia

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