Percentual de excesso de peso e de obesidade para de crescer no Brasil

Postado em 2 de maio de 2014 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

A pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde, demonstrou de maneira inédita que, pela primeira vez em oito anos consecutivos, os percentuais de excesso de peso (índice de massa corporal ≥25 kg/m2) e de obesidade (índice de massa corporal ≥30 kg/m2) se mantiveram estáveis no Brasil.

Os dados demonstram que em 2013, o percentual de pessoas com excesso de peso atingiu 50,8% dos brasileiros, ou seja, mais da metade da população brasileira. Em 2012 esse percentual foi de 51%. Os números de indivíduos com obesidade também se mantiveram semelhantes ao resultado de 2012, atingindo o percentual de 17,5% da população.

Foram entrevistados 53 mil indivíduos maiores de 18 anos em todas as capitais e no Distrito Federal. A capital que apresentou o maior percentual de indivíduos com excesso de peso foi Cuiabá (55% da população), seguido de Porto Alegre (54%) e Rio de Janeiro (53%). A cidade de São Paulo apresentou queda de 1 ponto percentual em relação ao ano anterior, ficando com 51%.
Essa estabilidade nos índices de excesso de peso e obesidade podem ser explicadas pelo aumento de 11% em cinco anos no percentual da atividade física no lazer, passando de 30,3% em 2009, para 33,8% em 2013. A pesquisa demonstrou que os homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios em seu tempo livre, enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.

Além disso, outro fator importante foi o aumento de 18% em oito anos no consumo de frutas e hortaliças. A pesquisa registrou que 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres consomem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Entretanto, mesmo com essas mudanças no estilo de vida, diversos hábitos alimentares continuam inapropriados. Pela primeira vez, a pesquisa Vigitel investigou a quantidade de brasileiros que têm o hábito de substituir o almoço ou o jantar por um lanche de baixo valor nutritivo. Esse indicador mostrou que 16,5% dos brasileiros (12,6% dos homens e 19,7% das mulheres) costumam trocar o almoço ou jantar por lanches como pizzas, sanduíches ou salgados diariamente.

O consumo excessivo de gordura saturada continua elevado: cerca de 31% da população não dispensa a carne gordurosa e mais da metade (53,5%) consome leite integral regularmente. Outro fator preocupante é que 23,3% dos brasileiros consomem refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana.

O Vigitel retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. “O aumento no consumo de hortaliças e da atividade física são fatores determinantes para uma sociedade mais saudável. Mas, ainda é preciso observar a sequência nos próximos anos para podermos afirmar com consistência se há uma estabilização do crescimento da obesidade e do sobrepeso”, disse o ministro da saúde Arthur Chioro.

Leia mais:

Confira na íntegra os dados da Pesquisa Vigitel 2013

Bibliografia

Brasil. Ministério da Saúde. Após oito anos em ascensão, obesidade no Brasil para de crescer. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/12453-apos-oito-anos-em-ascensao-obesidade-no-brasil-para-de-crescer. Acessado em: 30/04/2014.

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