Ao longo da vida, o microbioma sofre influência de diversos fatores, como genética, tipo de parto, amamentação e introdução alimentar, uso de antibióticos, condições sanitárias e hábitos alimentares, sendo este último um dos principais modificadores do microbioma intestinal.
Crianças alimentadas com fórmulas possuem maior colonização intestinal de Bacteriodetes, enquanto o microbioma intestinal de crianças alimentadas pelo leite materno possui mais Firmicutes. Essa característica vai se modificando, principalmente após a introdução alimentar, e a colônia intestinal passa a ser mais semelhante à de um adulto por volta dos três anos de idade.
Há evidências de que a dieta molda a abundância relativa de filos dominantes e populações de grupos bacterianos específicos, uma vez que o consumo denutrientes específicos afeta a estrutura da comunidade e fornece substratos para o metabolismo microbiano. Maior presença de Bacteroides, por exemplo, foi associado à dieta do tipo ocidental rica em proteínas animal e gordura, enquanto maior quantidade de Prevotella foi associada ao consumo de fibras vegetais. Parece que as alterações mais significativas e positivas na microbiota intestinal têm sido associadas ao consumo de fibras alimentares, frutas, vegetais e proteínas vegetais, por esses alimentos promoverem o crescimento de microorganismos benéficos e produção de ácidos graxos de cadeia curta, evitando assim a disbiose intestinal e os consequentes prejuízos à saúde.
Leia mais sobre o assunto na Série Microbioma:
- O que é simbiose e disbiose?
- Como a disbiose intestinal pode contribuir para o surgimento de doenças?
- Quais são os fatores que afetam o microbioma intestinal?
- É possível avaliar o microbioma humano?
Referências:
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