Qual são as estratégias nutricionais na hiperuricemia (níveis altos de ácido úrico no sangue)?

Postado em 3 de janeiro de 2014 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

A hiperuricemia é um transtorno metabólico caracterizado pelo excesso de ácido úrico no sangue, causada pela alteração no metabolismo das purinas. As purinas são bases nitrogenadas, formadas pela degradação de proteínas, especialmente as de origem animal. As estratégias nutricionais para a redução dos níveis de ácido úrico baseiam-se na perda de peso (caso o indivíduo se encontre em sobrepeso/obesidade), redução do consumo de alimentos ricos em purinas, aumento da ingestão hídrica e aumento da ingestão de alguns alimentos que estão associados com a redução dos níveis de ácido úrico.

Os alimentos ricos em purinas, que devem ser evitados, são carne vermelha, vísceras (fígado, coração, língua e rins), alguns peixes e frutos do mar. Estudos demonstram que a ingestão de vegetais ricos em purinas (ervilhas, feijões, lentilhas, espinafre e couve-flor) não está associada com a hiperuricemia. Além disso, legumes como cenoura e a ingestão de cogumelos estão associados com a diminuição dos níveis de ácido úrico. Zhang e colaboradores observaram que o consumo elevado de alimentos de origem animal, frituras e refrigerantes estão fortemente associados com a hiperuricemia. Outros pesquisadores sugerem que a ingestão de produtos lácteos com baixo teor de gordura, vegetais ricos em purinas, grãos integrais, nozes, legumes, frutas, café e suplementos de vitamina C contribuem para a redução dos níveis de ácido úrico.

A hiperuricemia é geralmente definida como um nível de ácido úrico no sangue superior a 7,0 mg/dL para homens e superior a 6,0 mg/dL em mulheres. Com o aumento da concentração de ácido úrico no sangue, ocorre a deposição de cristais de ácido úrico nos tecidos, principalmente nas articulações, produzindo o quadro de gota, causando inflamação e consequentemente dor e inchaço.

O nível elevado de ácido úrico tem sido considerado um importante marcador para fatores de risco de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. A hiperuricemia está frequentemente presente nas mesmas condições clínicas que se associam a resistência à insulina. As causas mais comuns de hiperuricemia são os excessos alimentares, ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, sedentarismo, sendo a obesidade um fator fortemente associado.

 

 

Bibliografia

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