Quando devo solicitar os níveis séricos de vitamina D?

Postado em 16 de agosto de 2013 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

De acordo com a última diretriz da Endocrine Society sobre a avaliação, tratamento e prevenção da deficiência de vitamina D, os níveis sanguíneos de vitamina D devem ser solicitados somente em casos de indivíduos com risco de deficiência. O documento ressalta que não está indicado realizar o rastreamento universal de vitamina D para a população que não se encontre em grupos considerados de risco.

Segundo a diretriz, os grupos de risco são: idosos (especialmente com história de quedas ou fraturas), pacientes com osteoporose, doença renal crônica, doença hepática crônica, síndromes de má absorção, doenças granulomatosas, pacientes em uso de medicamentos anticonvulsivantes, glicocorticoide, antirretrovirais, antifúngicos, além de crianças com baixa estatura e adultos obesos.

O principal indicador das reservas corporais de vitamina D são os níveis sanguíneos de 25-hidroxivitamina D (25[OH]D3), que deve ser avaliado por ensaio bioquímico confiável, pois pode haver variações de acordo com o método laboratorial realizado. A Endocrine Society desaconselha o uso da 1,25(OH)2D3 como rotina, exceto para situações específicas de desordens adquiridas e genéticas de vitamina D e do metabolismo do fosfato.

Para as definições dos níveis adequados ou não de vitamina D, mais especificamente de 25(OH)D3, são considerados os seguintes valores:

Deficiência: níveis inferiores a 20ng/ml.

Insuficiência: níveis entre 21 e 29ng/ml.

Níveis adequados: níveis entre 30 e 100ng/ml.

A deficiência de vitamina D é caracterizada por sinais e sintomas clínicos que incluem fraqueza generalizada, dores ósseas, osteopenia, osteoporose, osteomalácea, entre outros. Já a insuficiência pode ser caracterizada pelos mesmos sinais e sintomas clínicos da deficiência, porém de maneira mais leve. A exposição solar, através dos raios UVB (ultravioleta B), induz na pele a síntese de vitamina D pela conversão de 7-deidrocolesterol em vitamina D3 (colecalciferol ou pré-vitamina D3), sendo a maneira fisiológica mais eficiente para a manutenção de níveis adequados de vitamina D. Entretanto, alguns fatores impedem a maneira adequada da síntese de vitamina D, incluindo fatores ambientais (como latitude, sazonalidade e cobertura climática por nuvens) e variáveis individuais (cor da pele e uso de protetor solar). Além disso, ainda não há consenso de qual tempo de exposição solar seria seguro em relação ao risco de câncer de pele.

As principais fontes alimentares de vitamina D são salmão, atum e cavala, além de fígado, gema de ovo, queijo e cogumelos.  As novas DRI (Dietary Reference Intakes) para vitamina D, publicadas em 2010, recomenda para adultos a ingestão de 600 UI (15 mcg) por dia e 800 UI/dia para idosos.

Leia mais:

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Como funciona e qual é a relação entre vitamina D e proteção ao câncer?

Baixos níveis séricos de vitamina D estão associados com aumento de mortalidade

 

Bibliografia

Holick MF, Binkley NC, Bischoff-Ferrari HA, Gordon CM, Hanley DA, Heaney RP, et al. Evaluation, treatment, and prevention of vitamin D deficiency: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2011;96(7):1911-30.

Pramyothin P, Holick MF. Vitamin D supplementation: guidelines and evidence for subclinical deficiency. Curr Opin Gastroenterol. 2012;28(2):139-50.

Holick MF, Binkley NC, Bischoff-Ferrari HA, Gordon CM, Hanley DA, Heaney RP, et al. Guidelines for preventing and treating vitamin D deficiency and insufficiency revisited. J Clin Endocrinol Metab. 2012;97(4):1153-8.

Boullata JI. A rational approach to vitamin D supplementation. Nutrition. 2012;28(11-12):1204-5.

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