Recordatório alimentar de 24 horas é eficaz para a avaliação da ingestão de nutrientes

Postado em 12 de dezembro de 2014 | Autor: Alweyd Tesser

Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP sugere que o recordatório alimentar de 24h (R24) pode ser apropriado para sondar a ingestão de nutrientes em pacientes obesos antes e depois da realização de by-pass gástrico em y de roux (RYGB), mas é provavelmente insuficiente para a prevenção a longo prazo de déficits de ingestão de nutrientes após RYGB por não acompanhar as mudanças alimentares no pós-operatório.
 
Os pesquisadores analisaram dados de 10 pacientes obesos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A ingestão de alimentos, calorias, macronutrientes e micronutrientes antes e 3 meses depois da RYGB foram avaliados com o R24 e com o registro alimentar de 7 dias (R7), padrão ouro de referência. A quantificação de nutrientes foi realizada através do software Virtual Nutri Plus®.
 
Todos os déficits de ingestão de nutrientes identificados antes da RYGB foram mantidos nas avaliações pós-operatórias por ambos os instrumentos, com as notáveis exceções de vitaminas B1 e B3, que havia sido revelado apenas pelo R24 no pré-operatório, mas foram observados apenas com o R7 no pós-operatório.
 
O R24 foi sensível o suficiente para detectar déficits na ingestão de 13 dos 15 nutrientes identificados como deficientes com o R7 antes RYGB (≅86.7%) e 15 dos 19 nutrientes identificados como deficientes com o R7 no pós-operatório (≅79.0%), mas detectou quedas na ingestão de apenas 12 das 20 deficiências de nutrientes identificadas com o R7 (≅40%).
 
“O R24 teve sensibilidade para identificar déficits na ingestão de nutrientes antes e depois RYGB, mas não para identificar o risco de futuros déficits relacionados aos efeitos da cirurgia”, concluem os autores.
Referência (s)

Marques da Silva M, Campos Sala P, De Miranda Torrinhas RS, Waitzberg DL. Efficiency of the 24-hour Food Recall Instrument for Assessing Nutrient Intake Before and After Roux-en-Y Gastric Bypass. Nutr Hosp. 2014;30(06):1240-1247.

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