Conheça a Rhodiola rosea e seus efeitos sobre a modulação estresse
A Rhodiola rosea é uma planta com um cheiro característico de rosas, cuja raiz concentra compostos bioativos que participam da modulação do estresse.
Para nos explicar melhor essa relação, convidamos a Nutricionista oncológica e fitoterapeuta Gisele Vieira que vai nos apresentar as principais evidências científicas relacionadas a essa planta.
No vídeo, Gisele discorre sobre o fitoterápico e como funciona sua padronização em rosavinas a 3% e salidrosídios a 1%, sendo que estes são os compostos que agem no eixo HPA, modulando os principais sintomas de estresse, como exaustão, perda de energia, fadiga, perda muscular, miastenia, irritabilidade, tensão, taquicardia, alteração do sono, entre outros.
Ela destaca também que essa é uma planta segura, com pouca interação com outros medicamentos e que pode ser usada por atletas e indivíduos que apresentam síndrome de estresse e síndrome de burnout.
Afinal, o que é a Rhodiola rosea?
O Rhodiola rosea é uma planta fitoterápica da qual utilizamos sua raiz, lugar onde se encontra a maior quantidade de compostos bioativos para os efeitos metabólicos que queremos. Nessas raízes, os principais compostos são os óleos essenciais. Principalmente os monoterpenos e os compostos voláteis (aqueles que dão odor à planta, similar ao das rosas).
Os principais marcadores dessa planta são os compostos bioativos rosavinas e salidosídios que trazem uma padronização e qualidade para este extrato seco. Dependendo da ficha técnica, indicador ou artigo que vemos, pode falar tanto das rosavinas quanto dos salidrosídios. Geralmente, as doses disponíveis com efeito terapêutico variam de 3% de uma e 1% de outra, respectivamente.
Quais os efeitos sobre a modulação estresse?
Sabemos que o estresse é uma reação fisiológica sobre uma ameaça ou uma pressão sofrida pelo cotidiano, podendo expressar tanto por sintomas físicos como psicológicos. Os efeitos físicos mais citados pelos pacientes são a sensação de exaustação, falta de energia e fadiga. Já os efeitos psicológicos estão relacionados a irritabilidade e tensão.
O estresse causa diversos outros sintomas como:
- perda muscular;
- fadiga;
- miastenia;
- taquicardia;
- náuseas;
- vômitos;
- distensão;
- dores abdominais;
- alteração de sono.
Quando estamos sobre estresse, podemos sofrer com qualquer um desses sintomas.
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Como funciona a Rhodiola rosea nos efeitos do estresse?
O eixo HPA é a principal via de resposta ao estresse, então, os compostos bioativos da Rhodiola rosea entrarão para fazer esse controle, modulando uma resposta para essa reação. Dessa forma, o estresse terá uma liberação do hormônio corticotrofina no hipotálamo. Além disso, há uma ativação da glândula pituitária para liberar o hormônio adrenocorticotrófico, o ACTH. Ele é responsável por liberar adrenalina na glândula adrenal.
Se controlarmos o eixo HPA e a liberação do ACTH, temos um melhor uso e um uso mais apropriado de todos esses hormônios. Utilizando quando for necessário, e reduzindo a liberação quando não há necessidade. No estresse, esses hormônios ficam consideravelmente elevados.
No cérebro, a Rhodiola rosea aumenta a liberação de serotonina e também reduz corticoesteroide, a modulação do estresse. O termo adaptógeno também é muito utilizado quando falamos sobre Rhodiola rosea. O efeito adaptógeno é aquele de plantas com capacidade de fazer o corpo se adaptar aquelas funções de estresse, físico ou mental, e fazer com que nosso organismo se adapte a essas necessidades energéticas, criando uma resistência ao estresse.
Resumindo, temos um aumento do metabolismo energético, conforme as ações do ATP e redução de estresse, conforme regulação hormonal.
Quais as evidências científicas da Rhodiola rosea?
Os estudos que temos são tanto em animais quanto em humanos. Nos humanos, foram percebidos um aumento na resistência do estresse, sendo um dos adaptógenos mais indicados para a modulação do estresse. Os estudos foram feitos em profissionais sob efeito de estresse, da área da saúde e com troca de turno, como forma de adaptação a esses momentos estressantes.
Os estudos mostram uma melhora na capacidade humana de resposta, foco e atenção no trabalho. Além disso, os estudos também medem a capacidade mental, com frequências e ondas mentais melhoradas conforme o uso da Rhodiola rosea, assim como uma melhora na fadiga.
A planta também tem resposta para a ansiedade e efeito antidepressivo, conforme mostra pesquisas recentes sobre a plasticidade cerebral e neuronal. Para a parte clínica, podemos utilizar para sintomas de estresse, fadiga crônica, exaustão e síndrome de burnout, cada vez mais comum.
Todas as diretrizes mostram a segurança dessa planta, com poucas interações medicamentosas e sem efeitos adversos fortes. Nenhum dos estudos com doses usuais mostraram efeitos colaterais que foi danoso ao paciente.
As doses dessa planta variam em torno de 360 até 600 miligramas do extrato seco, padronizado de 5 para 1, tanto em rosavina como salidrosídio. A melhor absorção acontece com o estômago vazio, no período da manhã, trazendo os benefícios ao longo do dia e antes do jantar, para o paciente ter um período de descanso melhor.
Alguns pacientes mencionam alguns refluxos e queixas de dor epigástrica, nestes casos podemos manejar os horários. Em poucas palavras, a Rhodiola rosea é uma interessante planta adaptógena, uma das mais indicadas com base nos seus benefícios e estudos sobre o assunto.
Conheça as recomendações de uso e os detalhes das vias de ação da Rhodiola rosea assistindo ao vídeo a seguir, produzido pelo Nutritotal em parceria com o laboratório Aché. Confira:
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