Cientistas revelam mais um importante resultado da amamentação
O leite materno é indiscutivelmente um alimento essencial para a alimentação e nutrição do bebê. Por isso, quando não há restrições apontadas pelos médicos, a mãe ptinyode amamentar seu filho, sem a necessidade de adicionar nenhum outro alimento até os 6 meses de vida da criança.
A riqueza do leite materno é tanta que o bebê recebe através da amamentação anticorpos que vão contribuir para a formação do seu sistema imunológico. Mas, mesmo com outros benefícios demonstrados pela ciência, mães e profissionais da saúde ficaram perdidos durante a pandemia de COVID-19, com o receio de transmitir o vírus para os pequenos.
Para não agravar ainda mais o estado de saúde da população com uma possível desnutrição de crianças que não estavam sendo amamentadas, os pesquisadores correram para provar que não havia riscos e que as crianças nascidas nesse período ou pouco antes dele, deveriam continuar sendo amamentadas. Agora, com mais tempo para novos estudos, cientistas trazem um resultado importante: o leite materno pode imunizar o bebê contra o novo coronavírus.
Leite materno e COVID-19
Quando nosso corpo é contaminado por vírus, como o da COVID-19, as células do sistema imunológico são alertadas sobre a presença de um “invasor” no nosso organismo.
O contato e o combate a esse invasor, no caso o vírus, geram no nosso sistema imune uma memória que ajuda a ter uma resposta mais rápida quando há um novo encontro com o vírus. Essa memória fica registrada no perfil dos nossos anticorpos.
Como comentado, o leite materno transfere anticorpos para o bebê. E os cientistas descobriram que, entre esses anticorpos, havia também o anticorpo contra a COVID-19, caso a mãe tivesse tido contato com o vírus através de contágio natural ou por imunização com a vacina.
Sabendo que o leite, depois da sucção da criança, percorre um longo trajeto pelo sistema digestório, os pesquisadores se questionaram sobre a resistência dos anticorpos da COVID-19 após a digestão do bebê. Para se certificarem da eficácia da imunização pelo leite materno, eles coletaram amostras do leite de 43 mulheres que receberam 3 doses da vacina.
As amostras foram colocadas em recipientes que continham líquidos semelhantes aos encontrados no estômago e no intestino das crianças. Após as devidas análises, os pesquisadores afirmaram que uma parte considerável dos anticorpos presentes no leite materno resistiu à degradação causada pela digestão do estômago e do intestino.
Os pesquisadores ressaltam que outros estudos precisam ser realizados para garantir a eficácia do leite, mas apontam que essa é uma possível forma de imunização passiva contra a COVID-19, em que a criança fica protegida por receber os anticorpos, sem que o seu corpo precise entrar em contato com o vírus para produzi-los.
Referência
Pieri, M.; Maniori, M.-A.; Shahabian, L.; Kanaan, E.; Paphiti-Demetriou, I.; Pipis, S.; Felekkis, K.; Nicolaidou, V.; Papaneophytou, C. Survival of Vaccine-Induced Human Milk SARS-CoV-2 IgG, IgA and SIgA Immunoglobulins across Simulated Human Infant Gastrointestinal Digestion. Nutrients 2022, 14, 3368. https://doi.org/10.3390/nu14163368
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