Como saber se eu tenho diabetes gestacional?

Postado em 7 de maio de 2024

Tenha mais informação nas mãos e saiba como prevenir e tratar a diabetes gestacional

A gravidez é um período de grandes transformações para a mulher. É preciso identificar quaisquer mudanças e complicações mais comuns durante a gravidez, para tratá-las e preveni-las com antecedência, como é o caso da diabetes gestacional.

Diabetes gestacional, diferente do que o senso comum pode acreditar, não está relacionada apenas ao consumo de açúcar na gravidez. Para se adaptar à gestação, o corpo da mulher passa por modificações hormonais que podem afetar a ação da insulina, o hormônio que capta o açúcar no sangue. 

Se o pâncreas, responsável por produzir a insulina, não aumenta a quantidade de insulina no corpo, o açúcar pode ficar livre em altas quantidades na corrente sanguínea levando ao desenvolvimento da diabetes gestacional.

Vale dizer que ter um diagnóstico de diabetes antes da gravidez, não torna a gestante uma pessoa com diabetes gestacional (que só aparece durante a gestação).

Então, entenda a seguir, quais são os fatores de risco para isso acontecer, como descobrir se você tem diabetes gestacional, quais as possíveis complicações para a mãe e o bebê, e qual o seu tratamento:

diabetes gestacional

Fonte: Canva.com

Quem pode ter diabetes gestacional

Apesar das modificações hormonais, como falamos, nem toda gestante está em risco de ter diabetes gestacional. São considerados fatores de risco para o desenvolvimento da condição:

  • História familiar de diabetes mellitus;
  • Exames de sangue com glicose alterada antes da gravidez;
  • Excesso de peso antes ou durante a gestação;
  • Ter hipertensão arterial;
  • Ter síndrome dos ovários policísticos e fazer uso de corticoides;
  • Gravidez anterior com feto nascido com mais de 4 kg;
  • Histórico de aborto espontâneo sem causa esclarecida;
  • Ter ou já ter tido em gestação anterior pré-eclâmpsia ou eclâmpsia.

Como descobrir se tenho diabetes gestacional

A diabetes gestacional geralmente se manifesta entre a 24ª e 28ª semana gestacional e não é comum que apresente sintomas, sendo identificada através de exames de sangue como a glicemia em jejum e o teste oral de tolerância à glicose (TOTG).

O exame de glicemia em jejum mede a quantidade de açúcar no sangue após um jejum de 8 a 12h. Se o resultado estiver entre 92-125 mg/dL, a gestante é diagnosticada com diabetes gestacional. 

Para o exame de tolerância à glicose, são feitas 3 coletas de sangue após a 24ª semana gestacional. A primeira coleta é em jejum, a segunda coleta após 1h da ingestão de uma bebida adicionada com 75g de glicose e a última coleta após 2h de ter consumido a bebida.

É diagnosticado o diabetes gestacional no TOTG, se:

  • Glicemia de jejum for entre 92-125 mg/dL ou
  • Após 1h 180 mg/dL ou
  • Após 2h for entre 153-199 mg/dL

Complicações do diabetes gestacional

O diabetes gestacional pode ser tratado, como você verá a seguir, mas caso não sejam seguidas as orientações médicas e nutricionais, as complicações podem atingir a mãe e o bebê:

  • Ter um bebê com defeitos congênitos, ou seja, má formação;
  • Ter um aborto espontâneo;
  • Ter um bebê que pesa mais de 4,5 kg ao nascer;
  • Ter um bebê prematuro;
  • Apresentar pré-eclâmpsia (um tipo de hipertensão arterial que ocorre durante a gravidez);
  • Ter um bebê cujo ombro fica preso no canal vaginal (distócia de ombro);
  • Precisar de um parto por cesariana;
  • Morte fetal;
  • Risco aumentado da mãe desenvolver diabetes.

Tratamento da diabetes gestacional

O tratamento inclui ajustes na alimentação para o controle da glicemia. A gestante será orientada por nutricionista a:

  • Reduzir o consumo de carboidratos simples, como pães brancos, massas, doces e adição de açúcar à bebidas ou consumo de bebidas já açucaradas.
  • Dar preferência a cereais integrais, como farelo de aveia, arroz integral, quinoa e outros porque possuem mais fibras que ajudam na absorção lenta do açúcar e oferecem saciedade por mais tempo.
  • Aumentar o consumo de alimentos fonte de proteínas porque também ajudam na saciedade ao longo do dia.
  • Fazer atividade física (com acompanhamento profissional) para apoiar o controle do ganho de peso.
  • Consumir quantidades adequadas de alimentos durante cada período gestacional para não exceder o ganho de peso esperado.
  • Evitar o consumo de carboidratos no período noturno para não ter descompensações na glicemia.

Além de outras recomendações individualizadas para cada gestante, caso a glicemia permaneça alta e com muitas oscilações, o médico obstetra pode prescrever um medicamento oral para o controle mais reforçado.

É importante que a gestante saiba que a diabetes gestacional pode ser prevenida, apesar dos fatores de risco genéticos e dos outros. Uma alimentação equilibrada antes da concepção e durante o início da gestação é essencial para evitar a diabetes gestacional.

Leia mais sobre saúde e nutrição na gestação:

Referências

Zajdenverg L, Façanha C, Dualib P, Golbert A, Moisés E, Calderon I, Mattar R, Francisco R, Negrato C, Bertoluci M. Rastreamento e diagnóstico da hiperglicemia na gestação. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/557753.2022-11, ISBN: 978-85-5722-906-8.

Mendes, Fernanda Savoi. Diabetes Mellitus Gestacional: elaboração, adequação cultural e validação de material educativo para o auto-cuidado de gestantes. / Fernanda Savoi. Belo Horizonte/MG, 2019

Assine nossa newsletter: