Quanto maior o quintil de calorias ajustada por ingestão de colesterol maior era a incidência de DMG
Estudo avaliou a associação entre o consumo de diferentes fontes de colesterol durante a gestação e elevação de glicemia ou risco de DM gestacional (DMG) em mulheres chinesas. Foram incluídas no estudo gestantes com menos de 16 semanas de gestação em suas primeiras consultas pré-natais, aplicados questionários, realizadas entrevistas sobre o estilo de vida e ingestão alimentar, aferido peso, altura e calculado IMC, e realizado teste de tolerância oral à glicose (TOTG). Foram excluídas participantes diabéticas.
2124 mulheres foram incluídas na análise e apresentavam idade média de 28,6 anos e ingestão média de 379,1 mg/dia de colesterol. Destas, 207 foram diagnosticadas com DMG e quanto maior o quintil de calorias ajustada por ingestão de colesterol maior era a incidência de DMG. A ingestão dietética de colesterol se associou positiva e significativamente com a incidência de DMG tanto geral quanto ajustado às variáveis, sendo o risco relativo para desenvolver a doença do primeiro ao quinto quintil de ingestão de colesterol 1.3, 1.42, 1.66, 2.03 respectivamente(p=0,002). Um aumento de 100mg por dia na ingestão de colesterol promove um aumento de 18% no risco de DMG.
Ovos foram a maior fonte de colesterol da amostra (64,2%) e o consumo também foi associado positivamente com DMG (p=0,001), mesmo quando ajustado às variáveis, aumentando em 16% o risco de DMG a cada 100mg de colesterol ingerido. Não foram observadas associação significativa entre outras fontes de colesterol (carne vermelha, peixe, leite e derivados, entre outros) e risco de DMG. A idade materna, IMC pré gestacional, ganho de peso gestacional, paridade, atividade física e história familiar de diabetes não interferiram na relação ingestão de colesterol e risco de DMG.
O aumento de 100mg na ingestão diária de colesterol também foi associado à elevação da glicemia de jejum (p=0,001), e alterações do TOTG. Correlacionaram-se com o aumento de glicemia o colesterol proveniente da ingestão de ovos (p=0,016), de peixes e frutos do mar (p=0,012) e de leite e derivados (p=0,010), mas não foi encontrada associação com a ingestão de carne vermelha e outros produtos.
Assim, os autores concluíram que o aumento do consumo de colesterol durante a gestação pode estar associado ao aumento do risco de DMG independente de outros fatores dietéticos e não dietéticos. O estudo também sugeriu que o colesterol dietético proveniente de ovos, mais do que de outras fontes alimentares, esta significativamente associado com o risco de DMG.
Referência:
Wu Yet al., Pregnancy dietary cholesterol intake, major dietary cholesterol sources, and the risk of gestational diabetes mellitus: A prospective cohort study, Clinical Nutrition
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