O termo “overtraining syndrome” vem da combinação de sobrecarga excessiva no treinamento e a recuperação inadequada
A prática de exercícios físicos deve fazer parte de hábitos de vida saudáveis. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que sejam adotados exercícios aeróbios e de resistência semanalmente, sendo que a frequência, a duração e a intensidade podem variar de acordo a idade e objetivos dos praticantes. No entanto, em busca de performance, muitos indivíduos/atletas treinam de forma excessiva, provocando consequências funcionais.
Dentro deste contexto, o termo “overtraining syndrome” (OTS) tem sido empregado para designar a combinação entre sobrecarga excessiva no treinamento e a recuperação inadequada do indivíduo. O resultado é redução da performance em longo prazo (mais de dois meses) aliada à sintomas psicológicos. Este desequilíbrio leva a disfunção de vias metabólicas, bem como nas respostas imunitárias, inflamatórias, neurológicas e hormonais.
Alterações hormonais encontradas são especialmente dos eixos hipotalâmico-pituitário-adrenal e hipotalâmico-pituitário-gonodal. As variações no sistema imunitário são percebidas na função de células T e desequilíbrio entre imunidade inata e adaptativa. Já a resposta neurológica pode estar alterada no eixo simpático-adrenal-medular, além de alterações na função de neurotransmissores resultando em mudanças psicológicas. Todas estas alterações são percebidas em sintomas como fadiga, depressão, perda de motivação, bradicardia, insônia, irritabilidade, anorexia e perda de peso.
Não há ferramenta diagnóstica padrão, porém, as sociedades americana e europeia de medicina do esporte sugerem um fluxograma para auxiliar a detectar o problema. Além disto, recomenda-se ampla investigação clínica/laboratorial por profissionais especializados a fim de diagnosticar corretamente a OTS.
Medidas preventivas devem ser tomadas e incluem periodização dos treinos, hidratação correta, descanso programado, abstenção do treino durante períodos de estresse elevado e monitoramento psicológico. A nutrição adequada também pode ser aliada na prevenção da OTS. Atingir as metas de carboidratos é fundamental para manutenção do glicogênio muscular, prevenindo o aumento de catecolaminas, cortisol e glucagon circulantes.
Portanto, é fundamental que atletas e praticantes de exercícios físicos regulares façam acompanhamento multiprofissional a fim de prevenir e facilitar o diagnóstico da OTS. Dessa forma, os indivíduos atingirão suas metas esportivas sem prejuízos à saúde.
Referências:
CADEGIANI, F. A.; KATER, C. E. Hormonal aspects of overtraining syndrome: a systematic review. BMC sports science, medicine & rehabilitation, v 9, n 14. p 1-15, 2 Aug. 2017.
KREHER, J. B. Diagnosis and prevention of overtraining syndrome: an opinion on education strategies. Open access journal of sports medicine, v 7, p 115-22, 8 Sep 2016,
MEEUSEN, R et al. Prevention, diagnosis, and treatment of the overtraining syndrome: joint consensus statement of the European College of Sport Science and the American College of Sports Medicine. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 45, n. 1, p.186-205, 2013.
World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health
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