Depois de quase dois anos de pandemia de Covi-19, muitas foram as modificações provocadas pelo…
As equações estimam água corporal e massa magra
O aumento do sobrepeso e obesidade na infância e adolescência está ligado diretamente com o surgimento, no futuro, de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), com isso a avalição de composição corporal se faz necessário para o rastreamento de obesidade e de doenças metabólicas nesse público.
Na prática clínica, o índice de massa corporal (IMC) é bastante utilizado para avaliar o sobrepeso e obesidade em pesquisas populacionais. Contudo, os resultados podem ser controversos, já que não há uma separação da massa gorda e da massa livre de gordura, sobretudo na infância. Porém, existem outras técnicas que podem ser úteis para avaliação de composição corporal, como a análise por bioimpedância (BIA) e a diluição de deutério.
A validação das equações de predição de BIA enfrenta algumas dificuldades para avaliação em crianças. A partir disso, um estudo europeu, realizado com crianças e pré-adolescentes, desenvolveram e validaram uma equação de BIA para previsão de água corporal total (ACT) e massa magra (MM) usando a diluição de óxido de deutério (D2O) como técnica de referência.
O estudo foi realizado em 5 países europeus (Bósnia e Herzegovina, Letônia, Montenegro, Macedônia do Norte e Portugal) e incluiu 244 indivíduos com idade entre 07 e 14 anos. Para a pesquisa foram avaliadas medidas antropométricas (peso e altura) e calculado o IMC. Na avaliação por BIA, os participantes foram orientados a se hidratar normalmente e de abster de comer e praticar exercícios por cerca de 2 horas antes do teste e a esvaziar a bexiga. A resistência (R), a reatância (Xc) e a impedância (Z) a 50 kHz foram medidas por Impedimed DF50 e BodyStat 1500MDD. Além disso, a diluição de isótopos foi realizada de acordo com as diretrizes da IAEA e a massa gorda (MG) foi determinada subtraindo MM do peso corporal.
Os pesquisadores viram que para estimativa ACT e MM a partir de BIA, dependia-se do índice de resistência (RI), peso e sexo, sendo consideradas as variáveis ideias para o cálculo, considerando o desempenho do modelo criado. Assim, os pesquisadores desenvolveram as seguintes equações:
ACT (kg) = 0,44 RI (cm2 / Ω) + 0,12 peso (kg) + 0,33 sexo (masculino = 1, feminino = 0) + 1,5
MM (kg) = 0,59 RI (cm2 / Ω) + 0,16 wetbl2ight (kg) + 0,71 sexo (masculino = 1, feminino = 0) + 1,4
Os autores observaram que, comparado ao método de referência escolhido, D2O, as novas equações de predição estão dentro do desvio padrão esperado em aproximadamente 83% dos participantes, concluindo que tais equações podem ser utilizadas em estudos epidemiológicos para o gerenciamento da obesidade e sobrepeso em crianças.
Referência
KOURKOUMELIS, Nikolaos et al. New bioelectrical impedance analysis equations for children and adolescents based on the deuterium dilution technique. Clinical Nutrition Espen, [S.L.], v. 44, n. 1, p. 402-409, ago. 2021. Elsevier BV.
Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal
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