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Alimentação adequada pode prevenir complicações de saúde relacionadas a idade
Já discutimos sobre o processo de envelhecimento e o avanço do número de idosos no Brasil e no mundo. Sem dúvidas, profissionais da saúde precisam se dedicar a fim de entender todas as alterações metabólicas e fisiológicas, bem como alterações na alimentação e hidratação, que acompanham o envelhecimento e, assim, ter mais preparo para atender essa população.
Alimentação e processos de digestão e absorção sofrem importantes alterações durante o envelhecimento, que podem ou não estar relacionadas a presença de doenças. Mudanças no paladar, redução da síntese de enzimas, diminuição da velocidade de digestão, perda de apetite e até da dentição contribuem para mudanças importantes no padrão alimentar de idosos.
É natural que idosos tenham preferência por alimentos macios, com aumento do consumo de alimentos fonte de carboidrato e redução do consumo de carnes e alimentos proteicos (mais difíceis de mastigar), preferência por alimentos mais salgados ou mais doces e redução do consumo de água (também influenciado por mudanças anatômicas do trato urinário e aumento de incontinência urinária).
No entanto, tais hábitos aumentam o risco de deficiências nutricionais, que podem favorecer o surgimento ou agravar algumas doenças.
Onde buscar referências sobre nutrição e envelhecimento?
Nos últimos anos, a dedicação de profissionais que atuam no envelhecimento resultou na publicação de duas diretrizes importantes para a gerontologia:
- Diretriz ESPEN sobre nutrição clínica e hidratação em geriatria
- Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no envelhecimento
Ambas as diretrizes abordam as particularidades desse público e principais recomendações de energia, hidratação, macro e micronutrientes para idosos, além de abordar questões relacionadas a situações especiais, como indicação de nutrição enteral, parenteral e suplementação, triagem e avaliação nutricional, cuidados gerais do idoso, sarcopenia e desnutrição.
Interessante destacar que é reforçada a ideia de que o papel da nutrição não é só prover nutrientes em quantidade adequada, mas também há um papel psicológico e social e uma ferramenta que pode promover prazer e bem-estar a essas pessoas, sem ignorar suas preferências.
Quais são as principais recomendações de alimentação e hidratação para idosos?
Idosos devem seguir uma alimentação saudável e equilibrava, variada em nutrientes e rica em frutas e vegetais.
Adaptações com relação a quantidade de nutrientes e consistência dos alimentos devem ser feitas de acordo com patologias específicas.
A seguir, destacamos as principais recomendações nutricionais para idosos:
Além de macro e micronutrientes, importante destacar também a recomendação hídrica para idosos, que é de: 30 a 35ml/kg/dia, sendo que homens devem consumir, no mínimo, 2,0L de líquidos ao dia e mulheres, 1,6L/dia.
Independentemente do tipo de serviço em que você atua, é inevitável que tenha que lidar com as particularidades apresentadas pelos idosos. Desta forma, procure entender melhor esse público, suas demandas de alimentação e hidratação, e mantenha-se atualizado sobre as principais recomendações nutricionais destinadas a ele.
Referências:
Volkert D, Beck AM, Cederholm T, et al. ESPEN guideline on clinical nutrition and hydration in geriatrics. Clin Nutr. 2019 Feb;38(1):10-47.
Gonçalves TJM, Horie LM, Gonçalves SEAB, et al. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no Envelhecimento. BRASPEN J 2019; 34 (Supl 3):2-58
Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal
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Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal