Existem evidências que sim! Alterações no microbioma intestinal têm sido observadas nos distúrbios neurológicos, como…
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No intestino humano existem milhões de bactérias, tanto benéficas quanto patogênicas. O equilíbrio entre esses tipos de bactérias é influenciado por diversos fatores, inclusive a alimentação que é praticada, ou seja, uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes, basicamente alimentos fonte de fibras, vai auxiliar na proliferação de bactérias que tragam benefícios à saúde do hospedeiro.
No entanto, fatores como alimentação ruim (com excesso de açúcar, gordura e alimentos industrializados), exposição a poluição e uso excessivo de medicamentos podem desencadear quadro de disbiose intestinal, favorecendo o aumento de bactérias patogênicas e aumentando risco de doenças.
Nesse caso, para aumentar o número de bactérias boas e reestabelecer o equilíbrio da microbiota, é possível ingerir alimentos ou suplementos que tenham em sua composição microrganismos reconhecidamente bons para a saúde, os chamados probióticos.
E quais são os benefícios dos probióticos?
Além de contribuírem para uma melhor digestão e absorção de nutrientes, os probióticos também previnem e tratam sintomas indesejáveis e diversas doenças.
Um estudo recente explorou a relação dos probióticos com a melhora do estado fisiológico e da imunidade de idosos. Para isso, 98 adultos com idade média de 85 anos, receberam por 30 dias um biscoito placebo e outro suplementado com Bifidobacterium longum e Lactobacillus helveticus.
A mistura desses probióticos melhorou a resposta imune nos idosos mais velhos, através do aumento de células T reguladoras e células B, além de melhorar também a memória dos idosos suplementados em comparação com o grupo placebo.
Outro benefício revelado dos probióticos está na regulação do estresse e do humor. Essa capacidade é justificável pela íntima relação do eixo-cérebro-intestino.
Probióticos e estresse
Quando o estresse torna-se frequente, doenças podem manifestar-se e a relação com a alimentação também pode ser afetada. Reduzir a qualidade da alimentação promove uma proliferação de bactérias patogênicas, causando desconfortos intestinais e sintomas como a constipação.
Entretanto, evidências científicas apresentam um importante papel da microbiota nas funções do sistema nervoso central, revelando um poder benéfico dos probióticos no controle do estresse.
O uso de probióticos demonstra-se, então, como um tratamento benéfico para o bom funcionamento do intestino e uma alternativa eficaz para o tratamento e prevenção de diversas doenças relacionadas à imunidade e ao estresse.
Referências
Alberto Finamore, Marianna Roselli, LorenzoMaria Donini, Dr. Elisa Brasili, Rita Rami, Paola Carnevali, Lorenza Mistura, Alessandro Pinto, AnnaMaria Giusti, Elena Mengheri. Supplementation with Bifidobacterium longum Bar33 and Lactobacillus helveticus Bar13 mixture improves immunity in elderly humans (over 75 years) and aged mice. Nutrition, Volumes 63–64, 2019, p. 184-192. https://doi.org/10.1016/j.nut.2019.02.005.
Messaoudi, M., Lalonde, R., Violle, N., Javelot, H., Desor, D., Nejdi, A., . . . Cazaubiel, J. (2011). Assessment of psychotropic-like properties of a probiotic formulation (Lactobacillus helveticus R0052 and Bifidobacterium longum R0175) in rats and human subjects. British Journal of Nutrition, 105(5), 755-764. doi:10.1017/S0007114510004319
Sivamaruthi, Bhagavathi Sundaram et al. Probiotics in human mental health and diseases-A minireview. Tropical Journal of Pharmaceutical Research, v. 18, n. 4, p. 889-895, 2019.
Parceria
Professor Associado do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP, Mestre, Doutor e Livre-Docente pela Universidade de São Paulo, USP, Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral – BRASPEN, Diretor do GANEP Nutrição Humana
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Professor Associado do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP; Mestre, Doutor e Livre-Docente pela Universidade de São Paulo, USP; Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral – BRASPEN e Diretor do GANEP Nutrição Humana.