Espen atualiza suas diretrizes sobre nutrição artificial

Postado em 4 de novembro de 2016 | Autor: Alweyd Tesser

 

A Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (Espen) foca na nutrição artificial e hidratação de pacientes em condições especiais

A European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN) publicou em 2016 novas diretrizes que visam fornecer um resumo crítico para médicos e profissionais de saúde em relação à ética das terapias de alimentação e hidratação artificiais. A orientação é focada no paciente adulto, uma vez que aspectos éticos podem diferir em crianças e adolescentes.

A diretriz foi desenvolvida por um grupo de trabalho multidisciplinar internacional com base nos principais aspectos da diretriz sobre aspectos éticos e legais da nutrição artificial, publicada em 2013 pela German Society for Nutritional Medicine (DGEM). O texto foi estendido e introduziu uma visão mais ampla, em particular, sobre o impacto da cultura e da religião.

O respeito à autonomia é um foco importante da diretriz. O documento esclarece que autonomia não significa que um paciente tem o direito de obter todos os tratamentos desejar, se esse tratamento em particular não for indicação médica. Além disso, ressalta que um paciente competente tem o direito de recusar um tratamento após a informação adequada, mesmo que essa recusa possa levar à sua morte.

Os outros princípios da bioética como beneficência, não maleficência e justiça são apresentados no contexto da alimentação e hidratação artificiais. A este respeito a sociedade recomenda fortemente que, se os riscos e encargos de uma determinada terapia para um paciente específico superam os benefícios potenciais, o médico tem a obrigação de não a fornecer. Ainda nesse tópico, outra forte recomendação indica que todo o indivíduo tem direito a receber o melhor tratamento disponível. Os recursos devem ser distribuídos de forma justa, sem qualquer discriminação. Por outro lado, tratamentos que apenas prolonguem o sofrimento ou a morte, devem ser evitados.

Devido a sociedades cada vez mais multiculturais a diretriz dedicou um capítulo a questões culturais e religiosas e nutrição, no qual esclarece que deve haver conscientização e educação obrigatória para profissionais de saúde, para que possam tratar os pacientes de forma adequada às suas necessidades espirituais. O respeito pela formação religiosa, étnica e cultural dos pacientes e suas famílias tem de ser concedido.

O guia aborda detalhadamente os aspectos éticos da alimentação e hidratação artificial em situações especiais como idade avançada, demência, estado vegetativo persistente, cuidados paliativos e doença terminal e enfatiza que a qualidade de vida deve ser considerada sempre em qualquer tipo de tratamento médico, incluindo a nutrição artificial.

 

Aleitamento Materno

Referência

Druml C, Ballmer PE, Druml W, Oehmichen F, Shenkin A, Singer P, et al. ESPEN guideline on ethical aspects of artificial nutrition and hydration. Clin Nutr. 2016; 35(3):545-56.

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