Um estudo conduzido por pesquisadores iranianos demonstrou que a alimentação oral precoce (AOP) após cirurgia…
Introdução alimentar, dificuldades na alimentação e nutrição enteral, entenda a relação delas com a insuficiência intestinal pediátrica
A insuficiência intestinal (II) é uma condição patológica que impede que o intestino realize uma absorção adequada e suficiente de macronutrientes, água e eletrólitos. Consequentemente, quando falamos de crianças essa doença pode promover um grande risco ao desenvolvimento e crescimento saudáveis.
Buscando respostas
Supõe-se que dificuldades com a alimentação oral, sejam fatores de risco para o avanço da II e da inserção precoce de sonda enteral. Mas, como ainda sabe-se pouco sobre a prevalência dessa dificuldade de alimentação oral nas crianças com insuficiência intestinal, um estudo decidiu avaliar a frequência da dificuldade alimentar (DA), os fatores associados a ela e caracterizar comportamentos alimentares.
Para isso, 59 crianças com II que recebiam nutrição parenteral domiciliar por mais de três meses e frequentavam os centros pediátricos de reabilitação de insuficiência intestinal da França ou do Canadá foram selecionadas para essa análise.
Ferramentas utilizadas
Os responsáveis pelas crianças, as quais tinham idade média de 5 anos, tiveram que completar três ferramentas validadas: a Escala de Alimentação Infantil de Montreal para Gravidade da DA, Questionário de Comportamento Alimentar Infantil e Questionário Pediátrico Específico da II para Fatores de Risco Associados à DA.
O que encontraram
Segundo a pesquisa, 25% das crianças tiveram dificuldade alimentar grave e o escore de dificuldade alimentar foi associado à nutrição enteral. De acordo com os pais, 60% das crianças ficaram por mais de 12 semanas sem poder comer ou beber via oral nos primeiros seis meses de vida.
Houve relatos de agitação alimentar, baixa resposta à saciedade e lentidão na alimentação. E mais de 40% dos responsáveis relataram também que a introdução de purês e alimentos com formas irregulares foi tardia, acima de 9 meses e acima de 1 ano, respectivamente.
Conclusões
Os pesquisadores perceberam que a dificuldade alimentar, bem como a nutrição enteral, restrição de alimentação oral prolongada e atraso na introdução de determinados alimentos foram relatados com frequência nas crianças com insuficiência intestinal. Além disso, medicamentos combinados com o uso de sonda enteral contribuíram para a DA, comportamentos de evasão alimentar e transtornos alimentares.
Por isso, o nutricionista que orienta, previne dificuldades na alimentação, acompanha e incentiva a introdução alimentar em tempo adequado, pode contribuir não somente para um desenvolvimento saudável como também para a prevenção de doenças como a II.
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Referência
Boctor DL, Jutteau WH, Fenton TR, Shourounis J, Galante GJ, Eicher I, Goulet O, Lambe C. The prevalence of feeding difficulties and potential risk factors in pediatric intestinal failure: Time to consider promoting oral feeds? Clin Nutr. 2021 Oct;40(10):5399-5406. doi: 10.1016/j.clnu.2021.08.018. Epub 2021 Sep 6. PMID: 34571239.
Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal
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Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal