Cuidados nutricionais na gestação

Postado em 24 de abril de 2018

Por: Nutri Ana Carolina Costa
Mestranda pela Faculdade de Medicina da USP.
Pós-Graduada em Nutrição Clínica pelo GANEP Educação.
Nutricionista formada pela Universidade Anhembi Morumbi.
Tutora de cursos de pós graduação teórico pratico Ganep Educação.

1. Quais são as principais queixas nutricionais das gestantes?
R: O período gestacional é constituído por 40 semanas e marcado por alterações fisiológicas, metabólicas e nutricionais. Dentre algumas queixas comuns em gestantes, podemos destacar náuseas, vômitos e constipação devido a alterações hormonais – principalmente com o aumento da progesterona que relaxa musculatura intestinal reduzindo peristaltismo.

2. Como deve ser o cuidado nutricional de gestantes com doenças crônicas?
R: Algumas condições clínicas podem ser fatores de risco para a evolução da gestação, como a doença hipertensiva gestacional (DHEG), o diabetes gestacional (DMG) e a anemia. Estas condições exigem acompanhamento nutricional específico para monitorização de condições clínicas e laboratoriais, evitando, assim, prejuízos e garantindo nutrição adequada para mamãe e para o bebê.

3. Como deve ser a avaliação nutricional de gestantes? Como devemos calcular ganho de peso?
R: A avaliação nutricional da gestante deve ser composta por anamnese, com antropometria, avaliação bioquímica, clínica e alimentar. As medidas antropométricas utilizadas para as gestantes são peso e altura e classificação de Índice de Massa Corporal (IMC). As medidas de circunferência do braço, circunferência da panturrilha, altura uterina e dobra cutânea tricipital são úteis para a avaliação de alterações que podem ocorrer no período da gestação, com indicação para comparação das medidas naquele período de 40 semanas.

Para cálculo de ganho de peso em gestações únicas, devemos levar em consideração o peso pré-gestacional e o estado nutricional da gestante. Sendo assim, mulheres que engravidam com baixo peso pode ter um ganho de peso diferente de mulheres que engravidaram na classificação de obesidade, como demonstra a tabela abaixo:

IMC(kg/m²) pré-gestacionalGanho de peso total(Kg)Ganho de peso semanal (g/semana)
<19,8 (baixo peso)12,5 a 18500g a partir 2° trimestre
19,8 a 26 (eutrofia)11,5 a 16400g a partir 2°trimestre
26 a 29 (sobrepeso)7,0 a 11,5300g a partir 2° trimestre
>29 (obesidade7,0 a 9,1200g a partir 2° trimestre

IOM, 1992.

4. Existe algum cuidado específico durante a gravidez gemelar?
R: Na gestação gemelar a determinação de ganho de peso deve ser diferente, sendo de 15,75 a 20,2Kg para gestantes estróficas ou 680g/semanais após o segundo e terceiro trimestre.

5. A gestante deve ter algum cuidado com as mamas para amamentação?
R: Evite o uso de sabonetes e cremes hidratantes nos mamilos ou aureolas. O ideal é lavar somente com água, pois esses produtos podem retirar a hidratação natural da pele, ressecando a região e contribuindo para rachaduras no futuro.  Em casos de mulheres com mamilos planos ou invertidos existe a possibilidade do uso de conchas, que são vendidas em lojas especializadas para bebes.

 

REFERÊNCIAS

Vitolo, Marcia Regina(ed.). Nutrição: da gestação ao envelhecimento. – Rio de Janeiro; Ed. Rubio, 2008, parte II, cap, 5, pág 41 a 45, cap, 6, pag 47 a 50, cap 8, pag 57 a 64.

BARROS, Denise Cavalcante de; SAUNDERS, Claudia; LEAL, Maria do Carmo. Avaliação nutricional antropométrica de gestantes brasileiras: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, [s.l.], v. 8, n. 4, p.363-376, dez. 2008. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1519-38292008000400002.

PADILHA, P. de Carvalho et al. Performance of an anthropometric assessment method as a predictor of low birthweight and being small for gestational age. Journal Of Human Nutrition And Dietetics, [s.l.], v. 28, n. 3, p.292-299, 8 maio 2014. Wiley-Blackwell. http://dx.doi.org/10.1111/jhn.12235.

FAZIO, Eliener de Souza et al. Consumo dietético de gestantes e ganho ponderal materno após aconselhamento nutricional. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, [s.l.], v. 33, n. 2, p.87-92, fev. 2011. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-72032011000200006.

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