Desjejum mais rico em proteínas não difere de desjejum rico em carboidratos sobre parâmetros cardiometabólicos

Postado em 7 de maio de 2020 | Autor: Marcella Gava

Ingestão de café da manhã à base de ovo, comparado ao consumo de café da manhã sem ovo e com mais CHO, não afetou a sensibilidade à insulina

prato com ovos mexidos em uma mesa de madeira Estudo avaliou os efeitos de dois tipos de café da manhã, um a base de ovos e outro rico em carboidratos, sobre os marcadores de saúde cardiometabólica em adultos com sobrepeso ou obesidade e pré-diabéticos e/ou com síndrome metabólica. Dessa maneira foram incluídos participantes de ambos os sexos, entre 18 e 74 anos, com IMC ≥ 25 kg/m² e que apresentaram síndrome metabólica e/ou pré-diabetes. O desjejum do grupo com base em ovos continha tacos com ovos, sanduíches com ovos ou burritos, nos quais eram oferecidos 2 ovos por desjejum durante 6 dias na semana, totalizando 12 ovos por semana. O grupo com base em carboidratos (CHO), ou não ovo, ingeria cereais com leite, waffles com melado, barras de granola, castanhas, frutas e queijos. Em ambos os grupos a caloria média do desjejum foi de 554 kcal, sendo semelhantes em lipídeos e diferindo, principalmente, pela substituição de proteína por carboidratos. Eles realizavam 4 semanas da dieta para a qual foram randomizados, depois quatro semanas de wash-out, e então mudavam de grupo alimentar e realizavam mais 4 semanas de intervenção na outra dieta. Foram mensurados peso, altura, circunferência da cintura, pressão arterial e coletadas amostras de sangue para avaliação de glicemia, insulina, PCR ultra sensível (PCRus), e perfil lipídico. Todas as variáveis foram coletadas no primeiro e no último dia de cada período de intervenção.

Completaram o estudo 30 participantes, sendo 19 mulheres e 11 homens. A quantia média de açúcar ingerida no desjejum foi de 13g no grupo base ovo e 37g no não ovo, e a de proteínas foi de 36g no base ovo e 17g no não ovo. Durante a intervenção de desjejum com ovos a média de ingestão calórica foi de 2145kcal, significativamente maior que no período não ovo, que foi de 1996 kcal (p=0,008). Não houve diferença no peso, glicemia, insulinemia e PCRus dos participantes entre as diferentes dietas. Entretanto, a dieta não ovo aumentou o índice de HOMA significativamente (p=0,028). O LDL reduziu 6% (p<0,05) da concentração inicial para o período pós dieta não ovo. Houve uma tendência a redução do HDL e da pressão sanguínea no grupo ovo.

Dessa maneira, os autores concluíram que a ingestão de café da manhã à base de ovo (12 ovos/semana), comparado ao consumo de café da manhã sem ovo e com mais CHO, não afetou a sensibilidade à insulina e outros aspectos da homeostase do CHO. O LDL-C reduziu menos do início do estudo (-2,9%) durante a dieta base ovo do que durante a dieta não ovo (-6,0%), enquanto pressão arterial sistólica foi reduzido em 2,7% durante a condição ovo e não se alterou durante a condição não ovo. Não foram observadas outras diferenças significativas de fatores de risco cardiometabólico. De interesse, a ingestão de ovos na refeição do café da manhã foi associada a um aumento da ingestão diária de calorias, mas não foi associado ao aumento do peso corporal.

Referências

Maki KC et al. Effects of substituting eggs for high-carbohydrate breakfast foods on the cardiometabolic risk-factor profile in adults at risk for type 2 diabetes mellitus. Eur J Clin Nutr. 2020 Mar 9.

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