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Autores indicam o acompanhamento da excreção de nitrogênio urinário
As metas terapêuticas nutricionais para pacientes criticos devem ter como objetivo minimizar o risco de desnutrição e, ao memso tempo, prevenir a superalimentação. O estudo conduzido por Singer e colaboradores avaliou a viabilidade de atingir a meta proteica, guiado pela excreção urinária de nitrogênio em 24 horas, evitando a superalimentação ao administrar uma alta razão proteína/calorias na dieta enteral.
Para isso foi realizado um estudo observacional em duas fases com pacientes de UTI que receberam no mínimo 5 dias de terapia nutricional enteral. Assim, a meta proteica do grupo A foi guiado pela excreção de nitrogênio urinário de 24 horas com uma meta proteica máxima de 1,2g/kg/dia durante sete dias e a do grupo B guiado pela excreção de nitrogênio e por uma meta proteica máxima de 1,5g/kg/dia e uma meta definida em ≥80% do GER medido a partir do dia 5. Foi coletada a urina de 24 horas todos os dias para o cálculo de meta proteica. Foram também coletados peso, altura e IMC na internação e diariamente o SOFA, amostras de sangue, realizado bioimpedância, calculado o GER por calorimetria indireta e a utilização do substrato foi calculada de acordo com a equação de Frayn.
Foram incluídos no estudo 32 pacientes, sendo 10 no grupo A e 22 no grupo B, os quais foram semelhantes entre os grupos. Os pacientes de ambos os grupos eram catabólicos, atingindo excreções nitrogenadas acima de 18g, sendo a média para o grupo A de 18,7g/24h e no grupo B 19,5g/24h. A ingesta nitrogenada do grupo A aumentou de 7,9g no dia 1 para 11,6g no dia 7, e no grupo B de 8,6g/24h para 19,1g/24h. O balanço nitrogenado no Grupo A diminuiu constantemente ao longo dos 7 dias, apesar de uma ingestão de proteína relativamente constante. No dia 1, o equilíbrio médio foi – 4,5 ± 3,2 g/d e diminuindo para – 10,1 ± 11,1 g/d no dia 7. Em contraste, balanço de nitrogênio no Grupo B aumentou de forma constante de -8,2 ± 6,8 g/d no dia 1 para ± -35g/d no dia 7; essa diefrença entre os grupos foi significante. No Grupo A, a média de calorias no dia 7 foi 952 ± 340 kcal e não mais do que 57% GER. A média de calorias totais no Grupo B aumentou continuamente durante o estudo, atingindo 57% do GER no dia 5 e 84% (1457 ± 501 kcal) no dia 7. Diferenças na ingestão de energia entre os dois grupos foram significativos (p <0,02). A ingestão calórica não foi maior do que o GER em nenhum dos grupos em qualquer dia do estudo. O ângulo de fase diminuiu do dia 1 ao dia 7 no Grupo A, mas mostrou um aumento durante o período no Grupo B. Houve uma forte correlação entre GER e ângulo de fase (p <0,0001).
Com isso, os autores concluíram que utilizar a fórmula do estudo para direcionar a administração de proteínas através da excreção de nitrogênio é viável, seguro e melhora balanço calórico sem aumentar a excreção de nitrogênio ou promover um balanço nitrogenado negativo. O estudo também encontrou relação entre angulo de fase e GER, o que pode refletir melhora do metabolismo, sugerindo que o valor de ângulo de fase pode ser um forte parâmetro nutricional, relacionado ao fenótipo da massa muscular.
Singer et al. Feasibility of achieving different protein targets using a hypocaloric high‑protein enteral formula in critically ill patients. Crit Care (2021) 25:204.
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.
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