Cuidar da saúde do bebê é uma das maiores prioridades para as mamães. Descubra as contraindicações e os cuidados essenciais para uma amamentação segura!
O aleitamento materno e o leite humano são considerados os padrões normativos para a alimentação infantil, trazendo benefícios médicos e de neurodesenvolvimento tanto a curto como a longo prazo. Diante disso, a nutrição infantil é uma questão de saúde pública, indo além de uma escolha pessoal.
Reforçando a importância do aleitamento materno, a WHO e o Ministério da Saúde (MS) recomendam o aleitamento materno exclusivo (AME) nos primeiros seis meses de vida da criança, complementado até dois anos ou mais. O AME é considerado uma forma natural e completa de nutrição infantil, que fortalece o vínculo afetivo, protege contra doenças e reduz a morbimortalidade infantil.
É importante ressaltar que, apesar de ser uma recomendação, o aleitamento materno pode ser contraindicado em alguns casos específicos.
Quais são as vantagens da amamentação?
A amamentação oferece uma série de vantagens tanto para o lactente quanto para a nutriz. Os benefícios para o lactente incluem a proteção contra infecções respiratórias e gastrointestinais, redução do risco de alergias, dislipidemia, diabetes e hipertensão, além de diminuir a probabilidade de obesidade e contribuir para um adequado desenvolvimento da cavidade bucal, crescimento, ganho de peso e desenvolvimento neuropsicomotor. Por outro lado, a amamentação também protege a nutriz contra o câncer de mama, auxilia na perda de peso após o parto e promove um vínculo afetivo especial entre mãe e filho.
Como saber se o aleitamento é contraindicado?
No contexto da amamentação, é fundamental entender a diferença entre contraindicação e obstáculo. A confusão entre esses termos, além de percepções e crenças populares, pode levar as mães a não iniciar ou interromper a amamentação desnecessariamente.
- Contraindicação: situações médicas específicas em que o uso de substitutos do leite materno é apropriado, por serem prejudiciais à saúde da mãe ou do lactente.
- Obstáculo: desafios que podem dificultar o início ou a continuação da amamentação, mas não representam razões médicas para o uso de fórmulas.
Quais são as contraindicações e quando ocorrem?
A amamentação é recomendada para a maioria das mães e bebês, trazendo inúmeros benefícios. No entanto, existem algumas contraindicações que devem ser observadas, embora sejam relativamente raras:
Casos específicos em que o uso de substitutos do leite materno é recomendado:
- Mães infectadas pelo HIV, HTLV1 e HTLV2.
- Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação, como antineoplásicos e radiofármacos.
- Crianças portadoras de galactosemia.
Contraindicações permanentes:
- Condições maternas: câncer de mama em tratamento, HIV, HTLV1, HTLV2 e distúrbios graves de consciência ou comportamento.
- Condições neonatais: incluindo galactosemia, fenilcetonúria, síndrome da urina de xarope do bordo, intolerância à glicose, malformações fetais graves e alterações da consciência.
Contraindicações temporárias:
- Infecção herpética ou varicela na mãe: requer isolamento temporário e cuidados especiais.
- Doença de Chagas em fase aguda ou sangramento mamilar evidente.
- Abscesso mamário: exige tratamento antes da retomada da amamentação.
- Uso de drogas ilícitas.
- Quimioterapia oncológica ou uso de radiofármacos.
- Consumo eventual moderado de álcool.
Quando o aleitamento materno não é indicado, é essencial orientar a mãe e a família sobre as razões para a não amamentação e adotar estratégias alternativas para fortalecer o vínculo mãe-bebê.
Considerações finais
Os achados ressaltam a importância de fornecer orientações adequadas para as mães que amamentam, especialmente diante de condições controversas erroneamente consideradas como verdadeiras contraindicações à amamentação.
As pesquisas e práticas ao longo dos anos têm reforçado os inúmeros benefícios proporcionados pela amamentação e pelo uso do leite humano, impactando positivamente o bebê e a saúde do adulto, além de otimizar o crescimento e desenvolvimento infantil.
Estudos baseados em evidências têm confirmado e quantificado os riscos associados à não amamentação, tornando claro que a alimentação infantil deve ser considerada uma questão essencial de saúde pública, transcendendo meras escolhas de estilo de vida.
Dessa forma, como profissionais de saúde, promover a conscientização sobre as verdadeiras contraindicações à amamentação e o incentivo às práticas corretas são essenciais para alcançar o objetivo de uma saúde pública mais otimizada e favorável para todos.
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Referência:
American Academy of Pediatrics. Contraindications to Breastfeeding. 2021.
Davanzo, R. Controversies in Breastfeeding. Frontiers in Pediatrics, 2018.
Núcleo de Telessaúde Maranhão HU-UFMA. Quando o aleitamento materno deve ser suspenso e quais as situações mais comuns?. ID: sofs-42454, 2019.
Vescovi, J. S.; Vescovi, E. S.; Mazzucchetti, L.; Remor, K. V. Aleitamento materno e introdução da alimentação. Revista Assoc. Méd. Rio Grande do Sul, 2022.
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.
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