ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE ESTIMATIVA DA ESTATURA NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS – RESULTADOS PRELIMINARES

Postado em 3 de agosto de 2005 | Autor: AMORIM, RB

Co-autores: COELHO, MASC; SOUZA-JÚNIOR, PRB

Instituto: Instituto de Nutrição/ UFRJ. Rio de Janeiro – RJ.

INTRODUÇÃO O índice de envelhecimento populacional brasileiro vem aumentando ao longo dos anos, o que impõe uma crescente demanda aos serviços de saúde e necessidade de se avaliar seu estado de saúde para garantir qualidade de vida e independência funcional. A avaliação nutricional é elemento fundamental na avaliação geriátrica e a antropometria tem papel importante neste processo, apesar das dificuldades que apresenta no idoso. A estatura é a medida que mais sofre alteração, existindo alternativas à sua aferição quando não for possível sua determinação direta.OBJETIVO Analisar as medidas antropométricas de estimativa da estatura na avaliação do estado nutricional de idosos institucionalizados. METODOLOGIA Foi realizado um estudo transversal com 344 idosos independentes residentes em instituições de longa permanência vinculadas à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do Município do Rio de Janeiro. Foram aferidos massa corporal, estatura, meia-envergadura do braço e altura do joelho e calculado o Índice de Massa Corpórea (IMC) com cada metodologia de determinação da estatura: IMC1 (MC/EST2), IMC2 [MC/(MEBX2)2] e IMC3 [MC/(equação da altura do joelho)2]. A concordância entre as medidas de estatura foi determinada através do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCIC). A metodologia proposta por Bland & Altman (1986) foi utilizada para análise gráfica desta associação. Os diferentes IMCs foram comparados através do coeficiente Kappa ponderado, com nível de significância p<0,05. A análise dos dados foi realizada através do pacote estatístico SPSS 12.0. RESULTADOS A idade média dos idosos foi de 75,36 anos (DP 9,385), variando de 60 a 117 anos. A média do IMC1 foi de 24,7159 (DP 5,58996), enquanto a do IMC2 foi de 23,3318 (DP 6,09154) e a do IMC3 foi de 24,7745 (DP 5,59828). O grau de concordância entre a estatura diretamente aferida e a estimada pela altura do joelho foi CCIC = 0,8925 (IC 95%: 0,8652-0,9142), seguida pela estimada pela meia-envergadura do braço CCIC = 0,7828 (IC 95%: 0,6035-0,8666). A análise gráfica evidenciou que a meia-envergadura do braço e a altura do joelho tendem a superestimar a estatura. O kappa ponderado entre IMC1 e IMC3 foi de 0,78 (IC 95%) e entre IMC1 e IMC2 foi de 0,61 (IC 95%). CONCLUSÕES As medidas da meia-envergadura do braço e a altura do joelho apresentaram boa associação com a estatura do idoso. Foi encontrada uma alta concordância entre a estatura diretamente aferida e a estatura estimada pela altura do joelho, seguida pela estimada pela meia-envergadura do braço. Quando não for possível a aferição direta da estatura para o cálculo do IMC no idoso, por dificuldades de ordem técnica e biológica, a equação da altura do joelho parece ser a medida que mais se aproxima do valor real de sua estatura.

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