Flavia Goldfinger, do ILSI Brasil, compartilha estratégias no combate à desinformação nutricional e apresenta materiais gratuitos para promover escolhas alimentares saudáveis.
Nos últimos anos, o acesso à informação, facilitado pelas mídias digitais, teve repercussões importantes para a disseminação do conhecimento em saúde. No entanto, essa mesma facilidade ampliou a propagação de desinformação nutricional, impactando diretamente as escolhas alimentares da população.
Diante desse cenário, o papel dos profissionais da nutrição se torna ainda mais essencial na orientação baseada em ciência e na promoção de recursos confiáveis.

Fonte: Canva
Para discutir esse tema, convidamos a nutricionista Flavia Goldfinger, Diretora Executiva do do International Life Sciences Institute (ILSI Brasil), para abordar estratégias no combate à desinformação nutricional e apresentar materiais de apoio gratuitos que podem auxiliar nessa missão.
Dietas da internet: os impactos da desinformação nutricional
Estudos recentes têm contribuído para que profissionais que atuam na área nutricional compreendam qual influencia as redes sociais têm exercido sobre os hábitos alimentares da população brasileira.
O artigo científico de Cazal, Portes e Silva, construído com base em entrevistas com mais de 90 praticantes de musculação, ilustra a importância do debate sobre o tema ao demonstrar que cerca de 70% dos entrevistados já fizeram uso das mídias sociais para embasar suas dietas e 89% destes apresentaram algum sintoma atrelado às dicas de alimentação seguidas, principalmente fraqueza.
Os impactos negativos, no entanto, não param por aí. A adoção de dietas sem avaliação profissional prévia pode causar sintomas variados, como fadiga, desequilíbrio hormonal, perda de cabelo, problemas de pele, distúrbios neurológicos, enfraquecimento do sistema imunológico e até anemia.
Esses impactos sobre a saúde são motivados pelo fato de que, muitas vezes, a construção de dietas por influenciadores digitais tem caráter restritivo e estabelece como principal objetivo o corte calórico, sem considerar a variedade de nutrientes existentes nos alimentos e as características de cada organismo humano.
Exemplo disso é a dieta “low-carb”, baseada na baixa ingestão de carboidratos e uma das abordadas pelos influenciadores, que pode levar a baixos níveis de energia e afetar a função cognitiva dos indivíduos, já que o cérebro utiliza glicose como principal fonte de combustível.
Outras restrições famosas como a de proteína, presente em algumas dietas veganas mal planejadas, pode prejudicar o crescimento e a recuperação muscular, além de enfraquecer o sistema imunológico devido à falta de aminoácidos essenciais.
Até mesmo as gorduras, vistas como vilãs do processo de emagrecimento, quando em falta podem causar prejuízos à absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), comprometendo o sistema imunológico, a saúde óssea e a integridade da pele e dos cabelos.
Funções plenamente reconhecidas dos nutrientes
No cenário atual, é fundamental que os profissionais de Nutrição estejam atentos às funções plenamente reconhecidas dos nutrientes e às recentes descobertas sobre o tema.
Desse modo, podem alertar e instruir seus pacientes sobre a importância de hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis, adquiridos por meio de uma dieta balanceada, rica em variedade e acompanhada por quem entende do tema, para atender às necessidades individuais sem colocar a saúde em risco.
Para contribuir com o processo de atualização de conhecimento profissional, o International Life Sciences Institute (ILSI – Brasil), disponibiliza gratuitamente 24 fascículos sobre as funções plenamente reconhecidas dos nutrientes.
Com textos dinâmicos e de fácil compreensão, o ILSI aborda o que há de mais recente em estudos sobre: Cálcio, Vitamina D, Ferro, Sódio, Água, Carotenoides, Zinco, Selênio, Complexo B, Ácido Fólico, Potássio, Vitamina A, Cobalamina, Vitamina K, Fósforo, Magnésio, Ácidos Graxos, Fibra Alimentar, Cobre, Vitamina C, Iodo, Vitamina E, Aminoácidos e Proteínas.
A informação de qualidade é o melhor ingrediente para uma saúde duradoura. Portanto, cabe aos profissionais de Nutrição e aos recursos confiáveis unir forças contra a desinformação nutricional e garantir que o cuidado com o corpo e a mente seja baseado em ciência, não em tendências passageiras.
Por Flavia Goldfinger, Diretora executiva do ILSI Brasil
Esse conteúdo foi produzido pela ILSI Brasil. As visões e opiniões expressas são de responsabilidade dos autores e não necessariamente do Nutritotal PRO.
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