O que é e como se desenvolve resistência à insulina?

Postado em 30 de julho de 2020 | Autor: Natália Lopes

Esta é uma condição associada ao desenvolvimento do diabetes

A resistência à insulina (RI) é uma condição metabólica, caracterizada como uma menor sensibilidade dos tecidos corporais, principalmente músculos esqueléticos e tecido adiposo, à ação da insulina na captação da glicose circulante e também aos efeitos inibidores que a insulina exerce sobre a produção hepática de glicose. Ocorre devido ao funcionamento e sinalização anormais dos receptores de insulina, nível excessivamente alto de anticorpos de ligação à insulina ou devido a estrutura anormal da molécula de insulina, que impossibilita a ligação do hormônio à célula. Essas condições levam a um aumento da incidência de hiperinsulinemia (aumento na secreção endógena de insulina na tentativa de melhorar a captação de glicose), diminuição da tolerância à glicose e, a longo prazo, ao desenvolvimento de diabetes.

Há condições fisiológicas e patológicas que influenciam o nível de RI, como obesidade, dislipidemia, hipertensão, síndrome dos ovários policísticos, doenças autoimunes, infecções e estresse fisiológico, puberdade, gestação, envelhecimento, etnia e uso de medicamentos corticoides e inibidores de protease. Predisposição genética, atividade física e estilo de vida também influenciam a frequência de aparecimento da RI.

Na prática clínica, a  RI pode ser avaliada através de: teste de tolerância oral à glicose (TTOG), avaliação da homeostase para resistência à insulina (índice HOMA-IR), índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina (índice QUICK), índice TyG (produto entre glicemia e trigliceridemia de jejum), avaliação fenotípica de cintura hipertrigliceridêmica (baseada na presença concomitante de circunferência da cintura e triglicérides aumentados). A predisposição a RI pode considerar também a adiposidade central, avaliada através de circunferência da cintura, diâmetro abdominal sagital ou “altura abdominal” e relação cintura-altura, relacionados a gordura visceral, além da circunferência do pescoço.

O tratamento objetiva melhorar a homeostase da glicose e insulina, e se baseia principalmente na adoção de um estilo de vida saudável, através de uma dieta equilibrada e bem ajustada, com frequência regular das refeições e prática de atividade física.

 

Referências

GOłąBEK, Katarzyna; REGULSKA-ILOW, Bożena. Dietary support in insulin resistance: an overview of current scientific reports. Advances In Clinical And Experimental Medicine, [S.L.], v. 28, n. 11, p. 1577-1585, 18 nov. 2019. Wroclaw Medical University.

PETERSEN, Max C.; SHULMAN, Gerald I.. Mechanisms of Insulin Action and Insulin Resistance. Physiological Reviews, [S.L.], v. 98, n. 4, p. 2133-2223, 1 out. 2018. American Physiological Society.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo, 2019.

 

Cadastre-se e receba nossa newsletter