Consumo de oleaginosas reduz o risco de síndrome metabólica em jovens adultos

Postado em 6 de março de 2024

Trinta gramas de oleaginosas por dia ajudam a melhorar parâmetros associados à síndrome metabólica.

A síndrome metabólica (SM) é o conjunto de fatores que aumentam o risco de diversas doenças, incluindo o diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares. Dentre estes fatores, alguns exemplos são o excesso de gordura abdominal, e a glicemia e pressão arterial elevadas.

risco de síndrome metabólica

Fonte: Canva.com

Embora não exista uma dieta consolidada para prevenir o risco de síndrome metabólica, a ingestão de gorduras pode ser um dos elementos chaves nesta equação. Enquanto a gordura saturada pode aumentar as chances de SM, as gorduras mono e poliinsaturadas podem diminuí-las.

Um dos principais alimentos ricos em gorduras “boas” são as oleaginosas. De fato, um recente estudo provou que estas castanhas podem reduzir o risco de SM em jovens adultos, público com taxas cada vez mais crescentes de obesidade e diabetes tipo 2. 

Continue lendo para entender detalhes desta pesquisa inovadora!

Quais oleaginosas foram investigadas?

Neste ensaio prospectivo e randomizado com 84 jovens adultos (22 a 36 anos), todos os participantes possuíam pelo menos um critério de risco de síndrome metabólica, de acordo com a triagem “MetSx”. Tal ferramenta inclui variáveis de circunferência de cintura, triglicerídeos, HDL-colesterol, pressão arterial e glicose em jejum.

Os indivíduos foram divididos em dois grupos:

1) Grupo oleaginosas: todos os dias, consumiam como lanches intermediários 33.5 g de castanhas de caju cruas sem sal, pistache, avelãs, macadâmia, nozes pecan, nozes e amêndoas. Amendoim e manteigas não estavam na lista. 

2) Grupo carboidratos: ao invés de lanches com oleaginosas, consumiam alimentos ricos em carboidratos, tais como pretzels, biscoitos e barras de cereais.

Essa intervenção nutricional durou cerca de 4 meses. Durante este tempo, os pesquisadores realizaram recordatórios alimentares, além de avaliar medidas antropométricas, resultados de tomografia computadorizada, gasto energético de repouso, nível de atividade física e biomarcadores clínicos da SM.

Além do consumo de oleaginosas, os pesquisadores também realizaram aconselhamento nutricional para toda a amostra, com base em diretrizes americanas. Não houve restrição calórica. 

Principais resultados

Após os 4 meses da intervenção, o consumo de oleaginosas reduziu diversos parâmetros indicativos de síndrome metabólica. Veja a seguir.

Mudanças na composição corporal 

As melhoras na composição corporal foram notáveis principalmente nas mulheres. Primeiramente, a circunferência de cintura das participantes do grupo oleaginosas diminuiu consideravelmente, com uma diferença média de 2,20 cm. 

Embora não tenha sido significativo, também houve uma tendência de redução na circunferência de quadril, na gordura visceral, no peso e no IMC das mulheres do grupo oleaginosas.  

De modo contrário, as mulheres do grupo carboidratos experimentaram um aumento significativo no peso e no IMC, e uma tendência a aumentar a gordura visceral e a circunferência de quadril. 

Mudanças em biomarcadores clínicos da SM 

Os participantes masculinos que consumiram oleaginosas tiveram uma melhora na glicemia de jejum, com uma diferença média de 5,33 mg/dL. Igualmente, os níveis de insulina também diminuíram nesta população, na ordem de 1,14 mUI/L. 

Em seguida, houve também uma redução de 11% na relação de triglicerídeos por HDL-colesterol naqueles que consumiram as nozes. 

Já no grupo carboidratos, os resultados não foram animadores: os níveis séricos de PCR aumentaram nas mulheres, e a pressão sistólica aumentou nos homens. 

Tomados em conjunto, estes resultados apontam para a diminuição do risco de síndrome metabólica para o grupo oleaginosas. De fato, a pontuação MetSx reduziu 67% nas mulheres e 42% nos homens que consumiram as nozes.

Por que as oleaginosas diminuem o risco de síndrome metabólica?

Como visto, as oleaginosas causaram um efeito notável na composição corporal e nos parâmetros clínicos associados à SM, diminuindo seu risco.

Isso acontece porque elas possuem uma rica composição nutricional, que inclui gorduras mono e poliinsaturadas, proteínas, fibras, vitaminas e compostos bioativos. 

Quando consumidas como lanches, ao invés de outros alimentos ricos em gordura saturada e açúcares, as nozes tendem a melhorar a composição geral da dieta. De fato, o grupo oleaginosas diminuiu em 29% a ingestão de açúcares totais

Ademais, estes alimentos podem aumentar a oxidação de gorduras, afetando positivamente o metabolismo lipídico. Tal efeito se traduz na melhora da composição corporal, como visto na pesquisa. 

Assim, mesmo possuindo uma alta densidade energética, elas não elevam o peso, mas sim o contrário: outras investigações demonstram uma redução de 4% no risco relativo de sobrepeso e obesidade com cada porção semanal adicional de oleaginosas.

Em conclusão…

De modo geral, o estudo demonstra que o consumo diário de oleaginosas reduz o risco de síndrome metabólica em jovens adultos. Esse resultado é derivado, principalmente, da diminuição da circunferência da cintura, e da melhora em biomarcadores lipídicos e glicêmicos.

Assim, mesmo sem a restrição calórica, é possível reduzir as chances de doenças futuras, trilhando um caminho em direção ao bem-estar e à longevidade.

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Referência:

Sumislawski K, Widmer A, Suro RR, Robles ME, Lillegard K, Olson D, Koethe JR, Silver HJ. Consumption of Tree Nuts as Snacks Reduces Metabolic Syndrome Risk in Young Adults: A Randomized Trial. Nutrients. 2023; 15(24):5051. https://doi.org/10.3390/nu15245051

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