Um Estudo conduzido por pesquisadores chineses demonstra que a solução de nutrição parenteral periférica…
Os pesquisadores avaliaram 35 pacientes graves com Covid-19
A síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus 2 afetou milhares de pessoas ao redor do mundo no último ano. Alguns pacientes, devido complicações causadas pela doença, como a pneumonia, necessitam de internação hospitalar ou em unidades de terapia intensiva (UTI).
Nesses indivíduos pode ocorrer à liberação excessiva de citocinas inflamatórias, a ativação de fatores pró-coagulantes e aumento do estresse oxidativo, ocasionando na progressão da doença. Nesse cenário, a nutrição artificial, com a colaboração de alguns micronutrientes, como o zinco e cobre, é indicada para proteger as células do estresse oxidativo, especialmente em pacientes em tratamento intensivo, em que os níveis reduzidos desses minerais ocasionariam no aumento da mortalidade.
A partir dessa associação, um estudo recente avaliou as concentrações séricas de zinco e cobre em pacientes graves com COVID-19 e a suplementação de zinco em Nutrição Parenteral (NP).
Para o estudo, foram incluídos 35 pacientes graves com COVID-19 que na admissão foram diagnosticados com pneumonia grave em necessidade de oxigenação artificial de alto fluxo e nutrição parenteral, destes foram retiradas amostras de sangue para avaliação de zinco e cobre, sendo feita no início da NP, entre três e sete dias após a internação e no final da NP.
Foi administrada NP central, seguindo as seguintes orientações dietéticas: energia – 20-25 kcal /Kg /dia, 3-6 g / Kg / dia de glicose, 1,0 g / Kg / dia de aminoácidos e menos de 1 g / Kg / dia de lipídeos com 7-10 g / dia de ácidos graxos essenciais. Para a suplementação de zinco foi adicionado a bolsa 1,05 mg de cloreto de zinco por ml. Além disso, a coleta de sangue foi realizada para analise bioquímica de níveis séricos de zinco e cobre e avalição de parâmetros inflamatórios.
Como resultado, os pesquisadores viram que o zinco sérico aumentou durante a administração do suplemento, entretanto, o cobre sérico não mostrou diferença, apesar de sua concentração ser menor em pacientes críticos. Além disso, o zinco se correlacionou ao tempo de internação dos pacientes, porém a taxa de mortalidade não se relacionou em nenhum momento do estudo com os níveis sérico dos minerais.
Em conclusão, a concentração de zinco sérico durante a terapia nutricional parenteral parece ter relação com tempo de permanência hospitalar, mas não com a mortalidade desses pacientes, mostrando que suplementação de zinco profilática na NP deve ser considerada para melhores desfechos, entretanto, os pesquisadores ressaltam que mais estudos devem ser realizados.
Referência
ARRIETA, Francisco et al. Serum zinc and copper in patients with COVID-19 and zinc supplementation in parenteral nutrition. Nutrition, [S.L.], p. 111467, ago. 2021. Elsevier BV.
Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal
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Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal