Em pacientes críticos, a fragilidade clínica está associada ao risco de quedas, hospitalização prolongada, pior…
A fragilidade em idosos é uma condição decorrente do envelhecimento
O processo de envelhecimento é um efeito natural e progressivo, que combina inúmeras alterações físicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Essas modificações aumentam a vulnerabilidade do indivíduo, deixando-o mais suscetível a comorbidades, como por exemplo, a fragilidade.
A fragilidade é uma síndrome geriátrica, relacionado ao envelhecimento, que impactam em diversas complicações de saúde. A síndrome é caracterizada pela perda de peso não intencional, aumento da fadiga, a diminuição da massa e força muscular e alterações relacionadas ao equilíbrio físico, sendo um processo contínuo.
Essas alterações físicas impactam diretamente na qualidade de vida de idosos, deixando propensos a eventos adversos relacionados ao aumento de quedas, incontinência urinária, hospitalização e até a morte, vista com um grande problema de saúde pública.
Mas como avaliar a fragilidade em idoso?
Há vários métodos que podem auxiliar na avaliação e diagnóstico do grau de fragilidade, entre eles a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA).
A avaliação geriátrica ampla é um conjunto de técnicas que permite uma avalição abrangente e interdisciplinar do estado funcional, mental e funcionamento social de idosos, tendo por objetivo avaliar a deficiência e inaptidão apresentada pelo individuo, considerada um método de acompanhamento em longo prazo. Recomenda-se que a avaliação seja feita pela equipe geriátrico-gerontológica especializada, utilizando diversos instrumentos ou escalas de avaliação funcional e específicas, sendo que a avaliação dura entre 60 a 90 minutos.
Um dos métodos mais conhecidos e utilizados para fazer o diagnóstico específico de fragilidade é a proposta da Linda Fried, que considera cinco critérios: 1) Perda de peso involuntária; 2)Fadiga ou exaustão; 3) Fraqueza Global com baixa força muscular; 4) Baixa atividade física – lentidão geral; 5) Redução da velocidade de marcha. Se o idoso responde “sim” para um ou dois critérios, é considerado pré-frágil e se a resposta for positiva para três ou mais critérios, o idoso é considerado frágil.
Além desses métodos, podem-se utilizar as seguintes ferramentas:
– Prisma 7: A ferramenta utilizada na triagem rápida, consiste na aplicação de sete perguntas e quando há três ou mais respostas positivas, o idoso é considerado frágil.
–Escala de Lachs: Utilizado na triagem funcional do idoso no rastreamento de perda da capacidade funcional.
–International Physical Activity Questionnaire (IPAQ): Para avaliação de baixa atividade física.
–Escala de fragilidade de Edmonton (EFS): A EFS é uma escala de avaliação de fragilidade em idosos, onde avalia nove domínios: cognição, estado geral de saúde, independência funcional, suporte social, uso de medicamentos, nutrição, humor, continência e desempenho funcional, investigados por 11 itens. Podendo ser acessada aqui.
Esses métodos permitem uma avaliação abrangente em que auxilia o profissional a proporcionar a melhora desses sintomas e contribuir para a qualidade de vida dessa população.
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Referência
Understanding frailty – a beginners’ guide – BSG: British Geriatrics Society
DAVID STOTT. Age and Ageing collection: Frailty in older people. 2019.
LANA, Letice dalla; SCHNEIDER, Rodolfo Herberto. Síndrome de fragilidade no idoso: uma revisão narrativa. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, [S.L.], v. 17, n. 3, p. 673-680, set. 2014.
Guia dos instrumentos de avaliação Geriátrica – UNATI/ UERJ
Rolfson DB, Majumdar SR, Tsuyuki RT, Tahir A, Rockwood K. Validity and reliability of the Edmonton Frail Scale. Age Ageing. 2006;35(5):526-529.
NUNES, Daniella Pires et al. Screening for frailty in older adults using a self-reported instrument. Revista de Saúde Pública, [S.L.], v. 49, n. 2, p. 1-9, 2015.
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.
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